Publicidade

Covid-19: inteligência artificial pode ajudar a prever próximas variantes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Julho de 2022 às 15h50

Link copiado!

frender/envato
frender/envato

Cientistas desenvolveram uma nova inteligência artificial destinada a encontrar padrões entre as mutações da covid-19. Para isso, o modelo computacional (chamado PyR 0) analisou como diferentes linhagens virais surgiram e se espalharam entre dezembro de 2019 e janeiro de 2022.

A partir desses dados, a inteligência artificial aprendeu a identificar as combinações de mutações e o tempo necessário para que variantes — como Delta ou Ômicron — se tornem predominantes. A ideia é que a novidade possa fornecer um aviso prévio sobre quais linhagens são potencialmente perigosas e permitir que as autoridades planejem com antecedência.

Para se ter uma noção, o PyR conseguiu prever corretamente que a subvariante BA.2 da Omicron se espalharia rapidamente (na época em que ela ainda era uma raridade entre os casos). O modelo também chegou a descobrir que numerosas mutações na proteína spike não tornava necessariamente uma cepa mais adequada evolutivamente.

Continua após a publicidade

"Não podemos dizer necessariamente o que vai acontecer a seguir em termos de mutações. Podemos dizer quais linhagens têm maior probabilidade de aumentar em frequência", aponta o coautor do estudo, Jacob Lemieux, pesquisador do Broad Institute do Massachusetts Institute of Technology.

"Estamos modelando como diferentes combinações de mutações em diferentes linhagens afetam a taxa de crescimento de variantes virais individuais na população e como cada nova linhagem tem uma constelação de mutações, algumas das quais já vistas antes em outras linhagens", acrescenta o pesquisador.

Na prática, os pesquisadores desenvolveram uma linguagem de programação e uma estrutura de software que usa aprendizado de máquina para modelar probabilidades e aplicá-las a grandes conjuntos de dados. Entretanto, o próprio coautor reconhece que é "um verdadeiro desafio computacional implementar esse modelo e ajustá-lo".

Continua após a publicidade

A ideia agora é aprimorar o modelo da inteligência artificial. "As linhagens bem-sucedidas são impulsionadas por um pequeno número de mutações, e as outras são apenas uma espécie de viagem. Um desafio relacionado é tentar estudar a interação genética ou estatística entre mutações. Estamos aprendendo que o sequenciamento do genoma de vírus emergentes faz parte da resposta ao surto. Estamos vendo muito sequenciamento do genoma, por exemplo, com o surto de varíola dos macacos que está acontecendo agora", finaliza o cientista.

Fonte: Science via Scientific American