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COVID-19: com mutação, médicos relatam casos mais graves em jovens no Amazonas

Por| 19 de Janeiro de 2021 às 17h00

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Viktor Forgacs/Unsplash
Viktor Forgacs/Unsplash

A COVID-19 tem sido um verdadeiro enigma a ser decifrado dia após dia pela medicina. E quando se menos espera, informações novas surgem com mutações e novos desdobramentos relacionados ao coronavírus. Foi o que aconteceu no Amazonas, nos últimos dias. Médicos relataram uma nova variedade do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, com maior transmissibilidade causada por mutações no vírus, o que vem levando mais jovens à morte.

"Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos", declarou o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena em entrevista ao UOL. Ele relata que em exames mais recentes de pacientes há lesões mais graves nos pulmões, e que neste ano, já viu mais 150 pessoas na clínica onde trabalha e mais 300 no serviço público, sendo que 2% deles tinham comprometimento leve e os demais eram comprometidos acima de 50%. O médico relembra que alguns tinham comprometimento de 70%, 80% e até mesmo 90%, com necessidade de internação imediata e suporte ventilatório.

A nova forma da doença ainda traz sintomas mais imperceptíveis para exame clínico e mortalidade de pessoas mais jovens. Dentre 710 óbitos registrados no Amazonas, 285 eram de pessoas com menos de 60 anos, o equivalente a 40,1%, sendo que antes o percentual era de 36,5% nesta faixa. Para a infectologista Silvia Leopoldina, isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes mesmo sem comorbidade. Ela também relatou mudanças no comportamento da doença.

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No início do mês, pesquisas em andamento na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Amazônia apontaram a nova variante. Os dados mostram que a linhagem B.1.1.28, que está presente em todo o país e que é a mais frequente no Amazonas, sofreu uma série de mudanças.

Segundo um artigo ainda não revisado por outros pesquisadores e publicado no site Virological.Org, os pesquisadores também verificaram que essa cepa estava presente em 42% dos pacientes contaminados com o coronavírus e testados na capital amazonense. “A nova linhagem, denominada P.1, foi identificada em 13 das 31 das amostras positivas para o teste de RT-PCR coletadas entre 15 e 23 de dezembro de 2020, ou seja, em 42% dos pacientes testados”, explicou na ocasião Ingra Morales Claro, pesquisadora do IMT e da FMUSP, uma das autoras do artigo.

Fonte: UOL (1, 2