Córtex cerebral impresso em 3D pode ajudar no reparo de lesões

Em estudo publicado nesta quarta-feira (4) na revista científica Nature Communications, pesquisadores de Oxford descreveram um método de impressão 3D que pode ajudar no reparo de lesões cerebrais. Trata-se de um tecido projetado para representar um córtex cerebral a partir de células-tronco humanas.

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Os pesquisadores relembram que as lesões cerebrais resultam normalmente em danos significativos no córtex cerebral (a camada externa do cérebro humano), levando a dificuldades de cognição, movimento e comunicação. A grande preocupação da comunidade científica é que atualmente não há tratamentos eficazes para lesões cerebrais graves.

No novo estudo, quando implantadas no cérebro de camundongo, as células receberam muito bem o tecido hospedeiro. Em comunicado, a própria equipe atribui ao estudo um "passo significativo em direção à fabricação de materiais com toda a estrutura e função dos tecidos cerebrais naturais".

A estimativa do grupo é proporcionar "uma oportunidade única para explorar o funcionamento do córtex humano" e, a longo prazo, oferecer "esperança aos indivíduos que sofrem lesões cerebrais”.

Córtex cerebral impresso em 3D

A estrutura cortical foi feita a partir de células-tronco pluripotentes induzidas por humanos (hiPSCs), capazes de produzir os tipos de células encontrados na maioria dos tecidos. A ideia é que sejam coletadas dos próprios pacientes, então não desencadeariam uma resposta imunológica.

Com base no sucesso de suas tentativas, os pesquisadores agora pretendem refinar ainda mais a técnica de impressão para criar tecidos complexos de córtex cerebral que imitem de forma mais realista.

Além do seu potencial para reparar lesões cerebrais, os tecidos modificados podem ser utilizados na avaliação de medicamentos, em estudos de desenvolvimento cerebral e até mesmo em outros estudos, para melhorar a compreensão dos cientistas acerca da base da cognição.

“O desenvolvimento do cérebro humano é um processo delicado e elaborado com uma coreografia complexa. Seria ingênuo pensar que podemos recriar toda a progressão celular em laboratório. No entanto, o nosso projeto de impressão 3D demonstra um progresso para formar as unidades funcionais básicas do córtex cerebral”, afirmam os pesquisadores.

Neurônios impressos em 3D

Anteriormente, um estudo da Concordia University (Canadá) revelou o uso de uma técnica de laser para a impressão 3D de neurônios. Na ocasião, a maioria desses neurônios sobreviveu por mais de dois dias depois de serem impressos.

Fonte: Nature Communications