Coronavírus: suspeitas de reinfecção levam hospital de SP a separar ambulatório
Por Nathan Vieira |
Se por um lado, o coronavírus ainda é alvo de muitas dúvidas e mistérios na área da medicina, por outro, a reinfecção é um assunto ainda mais além da compreensão dos especialistas, principalmente depois que um grupo de pesquisadores em Hong Kong, na China, relatou o primeiro caso confirmado de reinfecção, na última segunda-feira (24). Com isso, o Hospital das Clínicas de São Paulo está investigando sete casos de pacientes suspeitos de terem se reinfectado, o que levou a separar um ambulatório exclusivamente para acompanhá-los.
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Basicamente, o Hospital revelou que os sintomas e testes positivos em dois períodos diferentes apresentados pelos pacientes podem ser explicados por uma segunda infecção, mas causada por um vírus diferente, como o da gripe, embora fragmentos inativos do novo coronavírus, remanescentes da primeira infecção possam ter feito o teste dar positivo.
Além disso, podem ser explicados pela longa permanência do novo coronavírus no corpo, com período de inatividade e posterior reativação, ou mesmo por uma possível reinfecção de COVID-19. “Para verificar essas e outras hipóteses, os pacientes estão sendo acompanhados, com a realização eventual de exames adicionais a fim de melhor entender esses casos”, destacou o hospital, em nota.
Reinfecção
Durante a primeira infecção do coronavírus, o homem de 33 anos, de Hong Kong, apresentou apenas sintomas leves da COVID-19. No segundo caso, nenhum sintoma da infecção foi verificado. O quadro só foi percebido porque o paciente retornou de uma viagem à Espanha, quando fez o exame da COVID-19 por questões burocráticas. Segundo os pesquisadores chineses, o vírus sequenciado (de uma amostra do organismo do paciente em questão) era muito parecido com a cepa que circulou na Europa em julho e agosto.
Na Bélgica e nos Países Baixos, país também conhecido por aqui como Holanda, dois pacientes foram diagnosticados com recontaminação pela COVID-19. A notícia foi divulgada nesta terça-feira (25), logo após Hong Kong confirmar o primeiro caso reconhecido de segunda contaminação pelo coronavírus. Nos Países Baixos, o paciente reinfectado é um idoso com sistema imunológico debilitado. Na Bélgica, segundo o virologista Marc Van Ranst, o paciente apresenta apenas sintomas leves.
Fonte: Agência Brasil