Coronavírus reinfecta mais duas pessoas e deixa dúvidas sobre imunidade
Por Natalie Rosa | •
Na Bélgica e nos Países Baixos, país também conhecido por aqui como Holanda, dois pacientes foram diagnosticados com recontaminação pela COVID-19. A notícia foi divulgada nesta terça-feira (25), logo após Hong Kong confirmar o primeiro caso reconhecido de segunda contaminação pelo coronavírus.
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Nos Países Baixos, o paciente reinfectado é um idoso com sistema imunológico debilitado. De acordo com a virologista Marion Koopmans, em entrevista ao jornal local, é mais comum que as pessoas continuem infectadas por um vírus por muito tempo, com sintomas leves, do que se curar e a infecção reaparecer. Para diferenciar os vírus, é preciso que os pacientes façam testes genéticos de ambas as contaminações.
Já na Bélgica, segundo o virologista Marc Van Ranst, o paciente apresenta apenas sintomas leves, mas as notícias sobre o caso não são boas. De acordo com os médicos, o desenvolvimento da recontaminação mostra que os anticorpos criados pelo organismo do paciente, na primeira vez, não foram fortes o suficiente para evitar a infecção por uma variante que fosse levemente diferente da original.
Com isso, ainda não está claro se o fenômeno que aconteceu com os dois pacientes é algo raro ou se é algo que pode ser recorrente depois de seis ou sete meses. Em Hong Kong, o paciente reinfectado pelo coronavírus tem 33 anos, sendo contaminado pela primeira vez em março. Neste mês de agosto, então, ele retornou de uma viagem à Espanha infectado com uma cepa diferente do vírus.
elvin Kai-Wang To, microbiologista da Universidade de Hong-Kong, alerta que pessoas que estão ou já estiveram com a COVID-19 não devem presumir que nunca serão infectadas mais uma vez. Os três casos mostram que ninguém deve ter imunidade vitalícia ao novo coronavírus.
Para Jesse Goodman, ex-cientista-chefe da Food and Drug Administration, organização governamental dos Estados Unidos, que hoje trabalha na Universidade de Georgetown, o aparecimento de uma reinfecção indica a possibilidade de haver uma imunidade residual que ajudou a proteger o paciente para não ficar doente novamente.
Fonte: DW