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Coronavírus no sêmen: seria a COVID-19 uma infecção sexualmente transmissível?

Por| 19 de Maio de 2020 às 16h55

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Maxisciences
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Segundo uma pesquisa realizada por cientistas chineses, é possível identificar no sêmen de infectados pela COVID-19 a presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Essa descoberta levanta uma possibilidade e mais uma potencial via de infecção desse vírus, a de que ele seja sexualmente transmissível. Pelo menos é isso que especulam os autores do estudo.

Para identificar a presença do patógeno no sêmen humano, uma equipe do Hospital Municipal de Shangqiu, na província de Henan, na China, testou 38 pacientes do sexo masculino infectados pelo SARS-CoV-2 e atendidos durante o período mais crítico da epidemia no país, entre 26 de janeiro e 16 de fevereiro.

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Na pesquisa, 16% dos homens tiveram a presença do coronavírus detectada no sêmen, como os cientistas informaram em artigo publicado na revista Jama Network Open. No momento da coleta das amostras, um quarto deles estava em estágios agudos da infecção e quase 9% já estavam se recuperando da doença (ou seja, assintomáticos). "Descobrimos que o SARS-CoV-2 pode estar presente no sêmen de pacientes com COVID-19 e ainda pode ser detectado mesmo quando eles estão em recuperação", afirma o cientista Diangeng Li.

"Mesmo que o vírus não possa se replicar no sistema reprodutor masculino, ele pode persistir, possivelmente por conta da imunidade privilegiada dos testículos", acrescentou a equipe. Isso significa que não se sabe se esse coronavírus pode, de fato, se disseminar no ato sexual. 

"Se for possível provar que o SARS-CoV-2 pode ser transmitido sexualmente em estudos futuros, a transmissão sexual pode ser uma parte crítica da prevenção da transmissão", escreveu a equipe no artigo. "A abstinência ou o uso de preservativo pode ser considerado um meio preventivo para esses pacientes", acrescenta.

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Implicações e riscos

Mesmo importante, essa descoberta não é inédita no campo da virologia, já que outros vírus podem viver também no sistema reprodutor masculino. Por exemplo, pesquisadores já identificaram que o vírus Ebola e o zika permanecem no sêmen humano, mesmo alguns meses após a recuperação completa de um paciente do sexo masculino.

Sobre a pesquisa chinesa, pesquisadores (não envolvidos no estudo) argumentam que as amostras do coronavírus encontradas sejam apenas fragmentos virais ​​que são incapazes de infectar outros seres humanos, ou seja, que não se trata de uma doença sexualmente transmissível.

Afinal, até agora, o novo coronavírus parece se espalhar, quase exclusivamente e de forma muito mais eficiente, através de gotículas respiratórias, como tosse ou espirros, sem proteção. Mesmo assim, médicos lembram que são necessárias mais pesquisas sobre esse patógeno tão novo e pouco conhecido.

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Também é importante lembrar que, durante o ato sexual, a troca de fluidos corporais se dá também por beijos e respiração muito próxima. Nesse ponto, mais perigoso do que uma suposta infecção da COVID-19 ser transmitida de forma sexual, somente após a ejaculação, é a exposição a gotículas respiratórias e saliva.

Fonte: Popular Science, CNN e JAMA Network