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Coronavírus muda sua estrutura para fugir do sistema imune no corpo, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Fevereiro de 2022 às 18h30

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  Abdelrahman_El-masry/Envato
Abdelrahman_El-masry/Envato

Após desenvolver uma versão sintética do coronavírus SARS-CoV-2, pesquisadores alemães e britânicos descobriram que o vírus da covid-19 pode modificar a sua forma para fugir do sistema imune. Isso ocorre quando o agente infeccioso já está dentro do organismo, infectando células saudáveis.

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo que analisou possíveis mudanças do coronavírus foi desenvolvido por cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

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A pesquisa descobriu que o coronavírus consegue modificar a estrutura da proteína spike (S) — responsável pela invasão das células saudáveis —, encontrada em sua membrana, quando entra em contato com os ácidos graxos inflamatórios, sendo esta uma parte da resposta do corpo contra a infecção.

Nesse momento, "o vírus se torna menos visível para o sistema imunológico. Isso pode ser um mecanismo para evitar a detecção pelo hospedeiro", explica Oskar Staufer, um dos autores do estudo e pesquisador do instituto alemão. Além disso, a estratégia pode "aumentar a eficiência total da infecção", completa Staufer.

Como o coronavírus se transforma no organismo?

Segundo a equipe de pesquisadores, a proteína spike do coronavírus muda sua configuração e se torna menos visível ao entrar em contato com os ácidos graxos. Estes foram gerados como um resposta a infecção da covid-19, ou seja, são parte do processo inflamatório. É importante destacar que, no organismo, os ácidos graxos são liberados após qualquer inflamação e auxiliam a resposta imune.

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Por um lado, o coronavírus usa a proteína spike para se ligar aos receptores ACE2 das células hospedeiras e com isso as invade. Por outro lado, os anticorpos produzidos podem se ligar justamente a essa proteína, ou seja, é o alvo "preferido" do sistema imunológico.

Se as pesquisas confirmaram essa capacidade do vírus da covid-19 em modificar sua estrutura após invadir a célula e entrar em contato com os ácidos graxos, esta pode ser uma importante estratégia para o agente infeccioso permanecer no organismo. É como se ele entrasse no corpo e depois vestisse um disfarce, já que impede ou dificulta a identificação dos anticorpos.

Vale explicar que as descobertas foram feitas em um ambiente controlado, dentro de um laboratório, com versões sintéticas do coronavírus. Em outras palavras, a pesquisa tem inúmeras limitações e esta suposta estratégia do vírus da covid-19 em se "esconder" ainda precisa ser confirmada em estudos mais aprofundados.

Fonte: Nature Communications e Max Planck Society