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O que o coronavírus tem a ver com quanto xixi nós fazemos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Setembro de 2020 às 18h30

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Giorgio Trovato/Unsplash
Giorgio Trovato/Unsplash

Quando o assunto é o novo coronavírus (SARS-CoV-2), as descobertas sobre os efeitos da infecção no corpo humano ainda são frequentes para a ciência. Além dos sintomas mais conhecidos da COVID-19, como tosse seca, febre, falta de ar, coriza, dor de garganta, perda de olfato e paladar e, além disso tudo, o cansaço, especialistas apontam para mais um possível indicador da doença. É o número de vezes que se vai ao banheiro, mais especificamente, o aumento da frequência urinária. 

Essa ida mais frequente do que o normal ao banheiro pode ser desencadeada por um quadro de cistite, que é uma infecção causada por fungo ou bactéria que atinge a bexiga. No entanto, essa maior frequência urinária por si só não define um caso da COVID-19 e precisa estar acompanhada de outros sintomas.

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"Pacientes com COVID-19 podem desencadear uma inflamação sistêmica, inclusive na bexiga, provocando uma cistite viral. Desta maneira, o agente infeccioso compromete o revestimento celular do sistema urinário, provocando sintomas irritativos. Nestes casos, o principal sintoma é o aumento da frequência urinária e isto deve ser acompanhado e monitorado porque há relatos de ocorrência de sepse urinária, explica o urologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Dall'Oglio.

Esse novo quadro acontece porquem mesmo que a maioria dos casos da COVID-19 seja leve e atinja, principalmente, os pulmões, existem pacientes que apresentam diagnósticos graves e complicações em outros sistemas, como o cardiovascular, nervoso, digestivo e, agora, até o urinário.

Mais idas ao banheiro

Em estudo publicado pelo jornal científico European Urology, um grupo de pesquisadores da Universidade de Munique, na Alemanha, identificou que a frequência urinária aumentada pode estar conectada com a infecção pelo coronavírus e isso não depende de uma lesão renal prévia. Em outras palavras, o paciente não precisava ter problemas anteriores nos rins.

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Entretanto, casos mais graves da COVID-19 são associados a um maior risco de insuficiência renal aguda —  quando os rins do paciente deixam de filtrar resíduos do sangue. Nesses casos, a frequência da complicação é maior naqueles que já têm condições pré-existentes que comprometiam o trato urinário.

"Pacientes com a COVID-19 podem apresentar alguma repercussão sobre o aparelho urinário. Um dos sinais mais preocupantes é a presença de sangue na urina, conhecido como hematúria. A hematúria ocorre principalmente naqueles com alguma condição pré-existente e pode se relacionar ao crescimento da próstata ou a tumores das vias urinárias. É importante ressaltar que nesses casos de sangramento, deve ser realizada investigação mais criteriosa", detalha Dall'Oglio.

O estudo da Universidade de Munique pode ser acessado aqui.