Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

CoronaVac | Depois do Chile e do Uruguai aplicarem 3ª dose, como será no Brasil?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Agosto de 2021 às 18h10

Link copiado!

Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Para avaliar a eficácia das vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 no mundo real, muitos estudos ainda são realizados e os pesquisadores ainda não descobriram por quanto tempo a imunidade desencadeada pode durar. Após imunizar de forma completa (2 doses) 67% da população, o governo do Chile começa a aplicar, nesta quarta-feira (11), a terceira dose naqueles que têm mais de 55 anos e que receberam a CoronaVac. O Uruguai já adotou o esquema de reforço e, em breve, Brasil deve seguir o mesmo caminho.

No dia 5 de agosto, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou a nova política de reforço da vacinação contra a COVID-19 no país. Para os chilenos, a terceira dose da CoronaVac estará disponível para as pessoas com mais de 55 anos e que tenham recebido as duas doses da fórmula antes do final de março. Este grupo receberá como terceira dose uma aplicação da vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford), caso não tenham casos anteriores de trombose, segundo o Ministério da Saúde local.

Continua após a publicidade

No entanto, pessoas com mais de 55 anos e imunossuprimidas deverão receber a fórmula da Pfizer/BioNTech. Em um segundo momento da campanha, aqueles com menos de 55 anos também receberão uma dose de reforço, mas da fórmula da Pfizer. Até o momento, os chilenos que tomaram duas doses da fórmula da AstraZeneca/Oxford ou da Pfizer não devem receber o reforço. A CoronaVac foi aplicada em 90% dos vacinados do país.

Vale lembrar que, no final de julho, o Ministério da Saúde Pública do Uruguai anunciou que toda a população que se vacinou com as duas doses da CoronaVac poderá receber uma dose de reforço da vacina da Pfizer.

Por que aplicar a terceira dose da CoronaVac no Chile?

O plano de reforço do governo chileno para quem foi imunizado com a CoronaVac foi formulado depois que cientistas de instituições locais observarem queda nos níveis de anticorpos contra o coronavírus passados seis meses. Associado a isso está o possível impacto da chegada da variante Delta (B.1.671.2) no país.

Continua após a publicidade

Em estudo da Universidade Católica do Chile (UC) com 2 mil voluntários, a equipe identificou que seis meses após receber a primeira dose da vacina, menos de 3% deles contraíram a COVID-19, de forma grave. Isso induz uma alta eficácia do imunizante contra casos graves da doença. Por outro lado, a partir desse período, a taxa de anticorpos começa a diminuir.

Os resultados do estudo CoronaVac03CL foram divulgados, em julho, pela equipe liderada por Alexis Kalergis, diretor do Instituto Millennium em Imunologia e Imunoterapia (IMII) e pesquisador da UC. "A diminuição natural dos anticorpos após a vacinação evidencia a necessidade de fortalecer a imunidade com doses de reforço para compensar e potencializar a neutralização do vírus”, comentou Kalergis, na época.

Discussões sobre o reforço no Brasil

Continua após a publicidade

Ainda não há nenhuma definição sobre o reforço, especificamente, da CoronaVac no Brasil, mas tanto o Ministério da Saúde quanto o Instituto Butantan — responsável pela produção e distribuição da fórmula da farmacêutica Sinovac no país — já avaliam a possibilidade. Por exemplo, a Saúde deve iniciar um estudo nas próximas semanas, no qual avaliará a necessidade de uma terceira dose.

"A pesquisa, que será realizada em parceria com a Universidade de Oxford e deve começar em duas semanas, vai verificar a intercambialidade dessa vacina com outros imunizantes disponíveis para a população brasileira", detalhou a assessoria de imprensa do ministério para a BBC News Brasil.

De acordo com a pesquisadora Sue Ann Clemens, que vai coordenar a investigação, o objetivo é imunizar as pessoas que receberam as duas doses da CoronaVac há pelo menos seis meses e observar os efeitos protetores da terceira dose. Este reforço poderá ocorrer com uma das seguintes vacinas: a própria CoronaVac; a fórmula da Pfizer/BioNTech; a da AstraZeneca/Oxford; ou a da Janssen. A partir dos resultados, uma nova política pública contra a COVID-19 poderá ser adotada ou não.

Em nota, o Instituto Butantan comentou: "Já temos estudos iniciados no Brasil e em outros países que preveem a necessidade de uma dose de reforço anual contra a COVID-19, assim como acontece hoje em relação à influenza (gripe). Essa hipótese vem sendo amplamente discutida, especialmente diante do avanço da variante Delta".

Continua após a publicidade

Fonte: Ministério da Saúde do ChileBBC e Our World In Data