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Conheça o país que resiste à pandemia da COVID-19 sem nenhum óbito

Por| 19 de Agosto de 2020 às 14h20

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Altansukh/Unsplash
Altansukh/Unsplash

Com uma enorme fronteira terrestre com a China, o primeiro epicentro do novo coronavírus (SARS-CoV-2) do mundo, a Mongólia resiste à COVID-19 de forma surpreendente. Com testagens em massa, controle das fronteiras  medidas de isolamento social, o país registra, até o momento, apenas 298 casos confirmados e nenhum óbito, segundo a plataforma Worldometer. 

O controle tão eficiente da COVID-19 acontece porque a Mongólia começou a se preparar contra o coronavírus desde o alerta dos primeiros casos registrados na China, ainda em janeiro. Nesse mês, o país emitiu o primeiro comunicado para que todas as pessoas usassem máscaras e se protegessem. 

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No momento, uma das preocupações das autoridades de saúde pública era o fluxo constante de pessoas com a China, incluindo negócios, comércio e educação, diretamente relacionados e ligados por uma fronteira com o gigante asiático de 4,6 mil quilômetros. A vantagem é que a Mongólia é um país pouco denso, ou seja, sua população de 3,3 milhões de pessoas vive de forma esparsa.

Sem um amplo sistema de saúde pública, as autoridades da área temiam os efeitos que a COVID-19 poderia causar no país caso a doença se alastrasse, principalmente se ocorresse a transmissão comunitária do vírus. Isso acontece quando não é mais possível rastrear a origem da infecção, ou seja, o coronavírus estaria circulando entre as pessoas, independente de terem ido ou não para o exterior.

Entre os efeitos colaterais das medidas de isolamento, houve a redução significativa nos casos de gripe sazonal e pneumonia — um dos desafios para o sistema de saúde do país.

Casos importados da COVID-19

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Desde janeiro, o sistema de saúde avaliava pacientes que apresentassem pneumonia e procuraram correlacionar a doença com a COVID-19, entretanto, foram casos confirmados pela infecção do novo coronavírus. "Não detectamos um único caso doméstico até o dia 9 de março. Descobriu-se que um cidadão francês que trabalhava na província de Dornogovi, no sul do país, tinha coronavírus", afirma um ex-coronel do exército que se tornou oficial de saúde pública. 

A partir de então, o Ministério da Saúde local passou a divulgar boletins diários sobre a situação do país frente à COVID-19 e a apontar quais eram as áreas de maior risco. Quanto ao cidadão francês, os últimos contatos dele foram rastreados e chegaram à identificação de 120 suspeitos que tiveram algum contato com ele. 

Segundo o ex-coronel, "esta não é a primeira vez que fazemos o rastreamento de contatos; faz parte doas atribuições do Centro Nacional de Doenças Transmissíveis desde o seu início. Fazemos isso para todos os tipos de doenças, incluindo infecções sexualmente transmissíveis".

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Ação contra fake news

Entre as estratégias de comunicação, a Mongólia desenvolveu um canal para atendimento sigiloso, em operação durante 24h por dia, para solucionar dúvidas sobre a COVID-19. Essa medida foi criada a partir de inúmeros relatos de fake news envolvendo o novo coronavírus, divulgadas nas redes sociais.

"Os mongóis se alimentam de maneira muito saudável e vivem em estilos de vida nômades tradicionais, não pegariam o vírus e teriam uma 'imunidade natural'", detalha o oficial de saúde pública sobre as dúvidas da população e o compartilhamento de mensagens falsas. Também circulava a teoria de que o coronavírus não sobreviveria em um país de clima frio e seco, como a Mongólia.

Um importante ferramenta no controle de desinformação foi a televisão via satélite, já que a maioria da comunidade rural do país utiliza energia solar e pode acompanhar a programação, recebendo melhores informações sobre a COVID-19.

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Relaxamento das medidas

Em pleno verão, o país enfrenta o relaxamento das medidas de isolamento e distanciamento social, mesmo que espaços públicos, como shoppings e farmácias, ainda exijam o uso de máscaras. Entre as regiões, é a zona rural da Mongólia que começa a deixar de lado, de forma mais notável, as atitudes de proteção contra a COVID-19. Além disso, a previsão é que as escolas retomem suas atividades em setembro. 

"Não sabemos quanto tempo vai durar o estado de emergência. Alguns de nossos mais altos funcionários disseram que fecharemos nossas fronteiras indefinidamente. Não podemos tomar nada como garantido", revela o ex-oficial sobre o desafio que será a retomada e o receio do aumento de casos do novo coronavírus. 

Fonte: MIT Technology Review