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Confraternizar com amigos eleva níveis de dopamina e melhora o humor

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Elina Fairytale/Pexels
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Por que a combinação de álcool e confraternização entre amigos deixa as pessoas mais felizes? Essa questão serviu para a elaboração de um estudo da University of Texas at El Paso, publicado na revista Addiction Biology. Com a ajuda de moscas-das-frutas, os cientistas descobriram que a dopamina desempenha um papel fundamental na amplificação dos efeitos eufóricos do álcool durante interações sociais.

O estudo se concentrou principalmente no envolvimento do receptor de dopamina D1 no impacto do álcool no cérebro. A ideia era entender por que uma pessoa fica mais feliz ao beber durante uma confraternização com amigos, mas tende a ter sintomas de depressão ao beber sozinha.

Nos testes, a equipe demonstrou que o etanol causa reações diferentes em ambientes solitários e em grupo, e que a dopamina é um fator-chave nesse fenômeno.

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Para entender a situação, os pesquisadores colocaram as moscas sozinhas ou em um ambiente de grupo, sob vapor de etanol, e então mediram sua velocidade média para determinar o grau de resposta.

Resultado: as moscas que “beberam sozinhas” tiveram um ligeiro aumento no movimento, mas as moscas expostas ao etanol em grupo tiveram uma velocidade muito maior.

Álcool e dopamina

A equipe então testou se a dopamina desempenha um papel na resposta das moscas ao etanol, comparando um grupo de controle cuja dopamina era regulada naturalmente pelo cérebro com um grupo experimental que tinha níveis aumentados de dopamina.

A questão é que com ou sem os altos níveis de dopamina, as moscas tiveram uma reação semelhante ao etanol em um ambiente solitário —  um pequeno aumento na atividade. Já em ambientes sociais, tiveram uma hiperatividade mais elevada do que o normal.  

A conclusão é que o ambiente social e a dopamina atuaram juntos para aumentar a resposta das moscas ao etanol.

“O gene do receptor D1 humano está ligado ao Distúrbio por Uso de Álcool e este estudo fornece validação experimental para ele. Para a equipe, a identificação do receptor D1 é crucial, pois dá aos pesquisadores da UTEP e além um modelo para estudos de acompanhamento”, diz o estudo.

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O próximo passo da equipe é entender como o receptor de dopamina D1 serve como ponto de ligação para os sinais que contribuem para a relação entre o etanol e a interação social.

Álcool e saúde mental

Um estudo publicado na revista Alcohol: Clinical & Experimental Research diz que o alcoolismo aumenta a probabilidade de desenvolver ansiedade ao longo dos anos, enquanto a ansiedade aumenta o índice de alcoolismo. É um efeito que os cientistas definiram como "paradoxo do dano".

Além disso, a redução no consumo de álcool mostra benefícios para a função cognitiva, como a capacidade de memorização e a agilidade mental. 

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Fonte: Addiction Biology