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Como funciona a política "covid zero" da China?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Novembro de 2022 às 10h32

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Twenty20photos/Envato Elements
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Enfrentando uma nova onda de infecções do coronavírus SARS-CoV-2, a China segue com a sua estratégia de tolerância zero à covid-19, apelidada de "covid zero". As medidas consideradas radicais do país asiático têm causado protestos. Hoje, é uma das últimas nações a adotar o lockdown, mesmo que localizado, como forma de controle da doença.

Para conter os novos casos da covid-19, a China passou a adotar bloqueios localizados, ou seja, o lockdown afeta partes específicas da cidade, como bairros em que casos da covid-19 estão em alta. Mesmo com a medida um pouco mais branda, dezenas de milhões de pessoas estão sob algum tipo de restrição devido à pandemia. Shenzhen, Xangai e Zhengzhou são cidades que passam por bloqueios.

Vale lembrar que as medidas começaram a ser retomadas após a entrada das subvariantes da Ômicron no país, como a BA.5 e a BQ.1, conhecidas por serem mais transmissíveis que as cepas anteriores. Máscaras são obrigatórias na maioria dos locais.

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Como funciona o lockdown na China hoje?

No atual momento da pandemia da covid-19, a China ainda mantém um dos protocolos mais rigorosos para quebrar a cadeia de transmissão do vírus. Dessa forma, poucos casos são suficientes para que um lockdown rígido seja imposto a um determinado bairro.

Com os bloqueios localizados, escolas e empresas da região são fechadas temporariamente, podendo atuar apenas de forma online. Comércios também não podem abrir, exceto aqueles que vendem alimentos — itens básicos para o consumo.

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Na área delimitada, testes em massa para a covid-19 são realizados na população. Caso o resultado de uma pessoa seja positivo, ela é direcionada para uma quarentena especial em centros de saúde do governo. São cinco dias neste centro e mais três em casa. Antes, o tempo total era de 10 dias.

Quantos casos da covid-19 são diagnosticados na China?

Na segunda-feira (28), foram confirmados 40 mil novos casos de covid-19, batendo o recorde de infecções diárias desde o início da pandemia. Até então, o dia com mais casos confirmados foi a última quarta-feira (24), quando foram diagnosticadas 31 mil pessoas.

Apesar dos 40 mil casos diários da covid-19 serem um recorde para a China, é um número relativamente baixo para a maioria dos países — isso quando observamos os momentos mais agudos da pandemia. Por exemplo, em fevereiro deste ano, o Brasil chegou a registrar 298 mil novos casos da doença em 24 horas.

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Por que adotar a política "covid zero"?

Para justificar a política "covid zero", o governo chinês defende que é uma estratégia capaz de salvar vidas e, caso contrário, surtos descontrolados da doença afetariam a saúde de muitos indivíduos, especialmente dos idosos e de pessoas com comorbidades.

De fato, as medidas rígidas parecem ter um papel importante no número de óbitos oficiais da covid-19 no país. São contabilizadas cerca de 5 mil mortes desde o início da pandemia.

Apesar dos resultados, em maio deste ano, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou: “Quando falamos sobre a [política] da covid-19 zero, não acreditamos que seja sustentável, considerando o comportamento do vírus agora e o que prevemos no futuro”. Os atuais protestos chineses podem ser um sinal de que esta política chegou ao seu limite.

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Fonte: BBC