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Como é a técnica ancestral da China que substitui o ar-condicionado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Setembro de 2023 às 12h09

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Freepik
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Nos dias extremamente quentes, o uso de aparelhos de ar-condicionado é a saída mais fácil para aliviar o calor — mesmo que isso possa ter impactos negativos nas cidades. Em alguns casos, um simples ventilador também pode ajudar. Diferente dessas estratégias que envolvem o gasto de energia elétrica, há uma técnica ancestral da China que pode ser observada em parte significativa das construções antigas: o pátio interno. Seria o equivalente a um jardim de inverno no Brasil, com algumas melhorias.

Apesar do impacto positivo dos pátios internos nas construções chinesas, especialmente na questão do resfriamento, essa espécie de “cômodo” foi abonada ao longo dos anos na hora de planejar as casas contemporâneas.

Só que, com os problemas cada vez mais visíveis das mudanças climáticas e as temperaturas batendo recordes, o governo começa a oferecer incentivos para inovações de baixo carbono voltadas para o setor da construção civil. Isso tem favorecido o retorno dos pátios internos.

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Entenda o que é um pátio interno da China

Para entender o que é um pátio interno, este é um espaço encontrado em residências construídas durante as dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911). As construções que envolvem o uso dessa técnica ancestral são mais comumente encontradas no sul e no leste do país, como nas províncias de Sichuan, Jiangsu, Anhui e Jiangxi.

Essas áreas internas são, normalmente, retangulares e estão localizadas no centro das casas — entre os quartos e as áreas de convívio social. Em comum, têm o teto aberto para o céu e contêm reservas d’água, formadas pela água captada da chuva. Vale observar que outras civilizações tinham estruturas em partes semelhantes em suas residências, e que versões modernas são amplamente conhecidas.

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Como a técnica ancestral resfria as casas como um ar-condicionado?

Antes da criação do primeiro aparelho de ar-condicionado, os pátios internos já existiam para resfriar as casas, melhorar a circulação de ar, permitir a entrada de luz e coletar a água da chuva, explica Yu Youhong, especialista no restauro dessas áreas, reconhecido pelo Ministério da Cultura e do Turismo da China, para a BBC.

Segundo Youhong, existem dois mecanismos principais por trás da capacidade dos pátios internos resfriarem as casas. O primeiro envolve a abertura do teto, já que isso permite que o ar quente da residência suba e vá embora, funcionando como um tipo de chaminé. Enquanto isso, uma nova leva de ar fresco pode chegar.

O uso da água da chuva para resfriar o ambiente interno

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Agora, a principal vantagem dos pátios internos no resfriamento da casa está nas massas de água preservadas no cômodo — na maioria das vezes, foram captadas por sistemas internos que drenam a água da chuva do telhado. De modo simples, quando a temperatura da casa está muito quente, essa água evapora, retirando o calor do ambiente e melhora a sensação térmica. Este tipo de mecanismo é conhecido como resfriamento evaporativo. Para ser preciso, a temperatura desses espaços pode ser até 4,3 °C menor que a do lado externo.

O interessante é que essa água disponível em uma grande cuba de pedra no centro dos pátios internos tem uma fundação dupla. Na época, acreditava-se que coletar a água da chuva trazia proteção e riquezas. Em paralelo, ela também poderia ser destinada para o uso diário da residência ou mesmo para apagar incêndios. Só não se pensava mesmo na finalidade de uma forma de ar-condicionado rudimentar.

Fonte: BBC