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Como a exposição à luz afeta a nossa saúde mental?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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jkraft5/Envato
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É comum associar os dias ensolarados com momentos de alegria, descontração e bom humor, mas será que existe algo real por trás dessa impressão? Segundo pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, há alguma verdade nessa ideia. Isso porque a exposição à luz solar afeta a saúde mental do indivíduo, sim, podendo até reduzir o risco de depressão ou ainda de casos de ansiedade.

As descobertas sobre os benefícios da exposição à luz durante o dia foram compartilhadas num estudo publicado na revista Nature Mental Health. Só que a mesma pesquisa também descobriu que o excesso de luz, no período da noite, pode ser algo nocivo para a saúde mental de uma pessoa.

Em outras palavras, o que as novas evidências científicas sugerem é que as pessoas respeitem o seu relógio biológico, o ritmo circadiano, para reduzir o risco de transtornos mentais.

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“Nossas descobertas têm um impacto social potencialmente enorme”, afirma Sean Cain, professor associado da universidade e um dos autores do estudo, em nota. “Quando as pessoas compreenderem que os seus padrões de exposição à luz têm uma influência poderosa na sua saúde mental, elas próprias poderão adotar algumas medidas simples para otimizar o seu bem-estar”, sugere.

Impactos da exposição à luz

Para entender o impacto da exposição à luz na saúde mental, os pesquisadores australianos analisaram dados de mais de 86 mil adultos que vivem no Reino Unido. Entre as informações analisadas, estavam: o quanto a pessoa era exposta a diferentes níveis de luz, a quantidade de horas dormidas, a prática de atividade física e algumas questões relacionadas com a saúde mental.

Após cruzar os dados, os autores descobriram que os indivíduos que “tomam” banho de sol durante o dia — em outras palavras, estão expostos à luz solar — têm um risco 20% menor de desenvolver um quadro de depressão. No extremo, aquelas pessoas que estão altamente expostas à luz durante o período da noite têm um risco 30% de desenvolver depressão. Por isso, a pesquisa destaca a importância de respeitar o relógio biológico.

Sol e os transtornos psiquiátricos

De forma geral, a exposição “correta” à luz solar, como receber os raios de sol durante a manhã, contribui para reduzir o risco dos seguintes distúrbios psiquiátricos:

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Por causa desse efeito, o aumento da exposição à luz diurna pode até ser considerado como um meio não farmacológico para reduzir o risco de depressão, por exemplo. Só que isso não substitui e nem busca substituir o acompanhamento médico adequado e as sessões de terapia, quando necessários.

Agora, se o indivíduo costuma passar à noite exposto a diferentes formas de luzes artificiais, o risco de desenvolver esses problemas de saúde mental já relatados aumentam. Estes efeitos são independentes da demografia, do nível de atividade física, da estação do ano e de aspectos sociais.

A vida moderna afeta a mente

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Embora a biologia humana funcione melhor quando há muita luz durante o dia e pouca luz à noite, a vida moderna e o advento da energia elétrica têm modificado significativamente os comportamentos humanos. É relativamente comum alguém passar uma madrugada sem dormir para entregar um projeto emergencial ou mesmo maratonando a nova temporada da sua série favorita. Só que “isso está confundindo nossos corpos e nos deixando mal”, pontua o professor Cain.

Hoje, “os humanos hoje desafiam a biologia, passando cerca de 90% do dia em ambientes fechados sob iluminação elétrica, que é demasiadamente fraca durante o dia e demasiadamente brilhante à noite em comparação com a luz natural [do período]”, afirma o especialista. Para melhorar os indicadores de saúde mental, é preciso rever essa lógica.

Vale lembrar que, no caso brasileiro, a percepção geral da população é que a saúde mental não está tão boa quanto deveria. Outras pesquisas também sugerem que a vida moderna está envelhecendo, de forma mais acelerada, nosso cérebro.

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Fonte: Nature Mental Health e Universidade Monash