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Comer insetos melhora o metabolismo e pode ajudar na perda de peso

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Setembro de 2023 às 11h10

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SadiaK123/Pixabay
SadiaK123/Pixabay

Já imaginou os benefícios que uma porção crocante de gafanhotos pode trazer para o seu metabolismo? Podemos apostar que não, mas cientistas da Universidade de Washington em St. Louis (WUSL), nos Estados Unidos, descobriram que a ingestão de quitina — uma fibra alimentar abundante em exoesqueletos de insetos — pode ajudar no emagrecimento em testes com animais. Até então, sabia-se que essas criaturas eram uma rica fonte de proteínas.

Publicado na revista Science, o recente estudo deve impulsionar uma pesquisa com humanos, consumindo a quitina, obtida através de insetos. A boa notícia é que, os que não conseguem se imaginar nem mesmo ingerindo uma farinha feita de gafanhotos, este polissacarídeo pode ser encontrado também em cogumelos e nas conchas de crustáceos.

Como o corpo digere a quitina dos insetos?

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Nos experimentos com camundongos, os pesquisadores descobriram que o consumo de quitina é capaz de ativar o sistema imunológico de uma forma única. Inclusive, esta resposta imunológica foi associada a um menor ganho de peso, redução da gordura corporal e resistência à obesidade.

Para entender, esse sistema é especialista em proteger o corpo de ameaças, como vírus e bactérias. A questão é que, aparentemente, um braço específico do sistema é ativado durante a digestão da quitina, quando o estômago se distende por causa do composto. Esse movimento gera uma resposta imune inata e, com isso, as células estomacais começam a produzir mais enzimas. Estas são conhecidas como quitinases por serem especialistas em “quebrar” a quitina.

Aqui, é importante destacar que as quitinas são insolúveis em água ou outros líquidos. Dessa forma, a digestão requer obrigatoriamente enzimas e um ambiente bastante ácido. Só que, apesar de todo esse mecanismo, não é sempre que o corpo do animal consegue absorver o composto. O porquê disso ainda deve ser melhor investigado.

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Impacto do consumo de insetos no metabolismo

Analisando os resultados da dieta rica em gordura com derivados de insetos, os cientistas descobriram que o consumo da quitina era benéfico, já que isso melhorava o metabolismo. No entanto, os melhores efeitos foram observados nos camundongos que não conseguiram quebrar a quitina de forma eficiente.

Segundo os autores, estes animais ganharam menos peso, tiveram as medições de gordura corporal mais baixas e resistiram à obesidade, em comparação com os roedores que não comeram quitina e com aqueles que comeram, mas conseguiram quebrá-la.

Como o composto encontrado no exoesqueleto dos insetos ajuda na perda de peso?

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Se os autores ainda não sabem o porquê de alguns animais não conseguirem quebrar a quitina, eles têm algumas hipóteses de como a ingestão do composto encontrado em insetos ajuda o metabolismo.

A principal ideia é que a resposta imune, quando ativada, estimula a produção de outros tipos de enzimas digestivas, além das quitinases. Seria o caso da lipase, capaz de quebrar especificamente as moléculas de gordura. Isso é que teria impedido os roedores de ganharem peso, mesmo consumindo uma dieta rica em gorduras.

Quitina pode ajudar no controle da obesidade em humanos?

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"Esta adaptação dos mamíferos à quitina pode, portanto, servir como um potencial alvo terapêutico para doenças metabólicas como a obesidade", afirmam os autores, no artigo. Agora, o próximo foco dos cientistas é entender se os mesmos resultados podem ser obtidos em humanos.

“O que colocamos em nossos corpos têm um efeito profundo em nossa fisiologia e na forma como metabolizamos os alimentos. Estamos investigando maneiras de combater a obesidade com base no que aprendemos sobre os efeitos do sistema imunológico”, afirma Steven Van Dyken, professor assistente da universidade e um dos autores do estudo, em nota.

Se os efeitos em humanos se confirmarem, em tese, esta é uma boa descoberta para os astronautas. Isso porque, entre as limitadas opções de comida durante as viagens espaciais longas e a futura colonização do planeta Marte, uma das prováveis fontes de alimentação será composta por insetos.

Fonte: Science e WUSL