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Com alta de internações infantis, Nicolelis rejeita aulas presenciais: "Absurdo"
Na última quarta (26), o neurocientista Miguel Nicolelis levantou um alerta para o aumento na taxa de internações infantis por conta da covid-19, situação que se aproxima do colapso no sistema de vários estados brasileiros. Nas redes sociais, o médico lançou a questão: como voltar às aulas presenciais assim?
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A situação de fato é alarmante: pelo menos sete estados brasileiros estão com uma ocupação de 80% ou mais dos leitos de UTI pediátricos para pacientes com covid-19. Três estados chegaram à marca de 100% da ocupação dos leitos infantis: Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio Grande do Norte. Enquanto isso, enfrentam cenário crítico: Ceará, Bahia, Pernambuco, Goiás.
Levantamento do UOL da taxa de ocupação de UTIs pediátricas no Brasil mostra situação se agravando e chegando próximo de colapso em vários estados. Estudo mostra que 43% das crianças que tiveram Covid podem ter efeitos prolongados da doença 3 meses depois! C/ voltar aulas assim? pic.twitter.com/4raYg7LOwF
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) January 26, 2022
O neurocientista mencionou, ainda, um estudo feito pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo que sugere que 43% das crianças sofrem os efeitos da covid-19 três meses após infecção. A pesquisa acompanhou um grupo de 53 crianças e adolescentes durante quatro meses e destacou a manifestação e sintomas persistentes:
- Dor de cabeça (19%)
- Cansaço (9%)
- Dispneia (8%)
- Dificuldade de concentração (4%)
- Dores musculares e nas articulações (4%)
"Discordo frontalmente da posição de que os riscos do retorno as aulas são aceitáveis. Eles não são. Se eu tivesse filhos em idade escolar, eles ficariam em casa pelas próximas 2-3 semanas até que a onda da Ômicron terminasse e eles estivessem vacinados", opinou o neurocientista na rede social.
"Não há risco aceitável com crianças. Ninguém sabe como sequelas crônicas deixadas pela Ômicron podem afetar crianças infectadas. É um absurdo sem precedentes reabrir escolas. Com transmissão muito menor na primeira onda, elas foram fechadas. Qual a lógica de permitir sua reabertura agora?", questionou.
Discordo frontalmente da posição de que os riscos do retorno as aulas são aceitáveis. Eles ñ são. Se eu tivesse filhos em idade escolar eles ficariam em casa pelas próximas 2-3 semanas até q a onda da Ômicron terminasse e eles estivessem vacinados.
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) January 26, 2022
Ñ há risco aceitável c/ crianças. Ngn sabe c/ sequelas crônicas deixadas pela Ômicron podem afetar crianças infectadas. É um absurdo sem precedentes reabri escolas. Com transmissão muito menor na primeira onda elas foram fechadas. Qual a lógica de permitir sua reabertura agora?
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) January 26, 2022
Com UTIs pediátricas lotadas em todo mundo e no Brasil é um risco inaceitável devolver milhões de crianças e jovens à escolas que ñ tem estrutura, nem preparo nem treinamento p/ manter normas de segurança.
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) January 26, 2022
Vacinem as crianças e abram escolas paulatinamente com os vacinados.
Fonte: Miguel Nicolelis (via Twitter), Folha de S. Paulo (1, 2)
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