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Cogumelo que nasce em insetos pode ser usado em novos remédios contra o câncer

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Outubro de 2022 às 15h00

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Ralph Katieb/Unsplash
Ralph Katieb/Unsplash

Cientistas sul-coreanos investigam o potencial medicinal de um raro cogumelo, o Cordyceps militaris. Conhecido por nascer dentro de insetos, o vegetal tem propriedades anticancerígenas e antivirais. No entanto, sempre foi um desafio estudar os seus efeitos na prática, porque a criação era limitada. Agora, a equipe desenvolveu formas de cultivo possíveis e mais eficazes em laboratório.

Publicado na revista científica Frontiers in Microbiology, o estudo que descobriu novas formas de cultivo do cogumelo Cordyceps foi liderado por pesquisadores da Universidade da Coreia e da Universidade Nacional de Chungbuk, ambas localizadas na Coreia do Sul. A ideia perfeita de cultivo envolve o uso de insetos de criação, ou seja, aqueles já usados para o consumo humano.

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Cogumelos Cordyceps e suas propriedades contra o câncer

Na natureza, o cogumelo Cordyceps libera seus esporos e estes invadem o organismo de insetos saudáveis, provocando a morte dos hospedeiros. Em paralelo, o vegetal literalmente brota da "carne" em decomposição daquele inseto.

No campo da medicina, o vegetal é valioso devido aos seus variados compostos, como o bioativo cordycepin. Segundo os autores do estudo, este poderia ser aplicado na fórmula de novos medicamentos antivirais e de remédios contra o câncer.

“Além disso, descobertas recentes de pesquisas recomendam fortemente estudos pré-clínicos e clínicos de cordycepin para o tratamento da covid-19”, explica a pesquisadora Mi Kyeong Lee, um das autoras do estudo, em comunicado.

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Nova forma de cultivo do cogumelo que nasce em insetos

Como forma padrão, o cultivo do cogumelo é feito em laboratório através de grãos de arroz. No entanto, as concentrações do bioativo cordycepin são muito baixas. Isso pode ser explicado a partir da baixa disponibilidade de proteínas para o crescimento do vegetal nesse modelo de cultivo.

Em busca de outras formas de desenvolvimento, os pesquisadores testaram o cultivo em seis espécies diferentes de insetos, incluindo grilos, gafanhotos, besouros e bichos-da-seda. Cada cogumelo foi cultivado por dois meses e, em seguida, foram colhidos.

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“Cordyceps cultivados em insetos comestíveis continham aproximadamente 100 vezes mais cordycepin em comparação com Cordyceps em arroz integral”, afirma Lee. Segundo a equipe, aqueles cultivados em besouros (Allomyrina dichotoma) produziram os níveis mais altos do bioativo e devem se tornar o novo padrão do cultivo em laboratório.

Superado o desafio do cultivo em laboratório, a equipe esperava avançar na pesquisa de novos fármacos e, um dia, o composto do cogumelo que nasce em insetos poderá ser usado em remédios contra o câncer.

Fonte: Frontiers (1) e (2)