Cobre pode neutralizar coronavírus, mas prata não; entenda
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 23 de Maio de 2022 às 13h20
Íons de cobre podem neutralizar o coronavírus em superfície, mas não os de prata. Esta é a afirmação central de um estudo publicado na revista Scientific Reports por pesquisadores da Ruhr-Universität Bochum, na Alemanha.Segundo o artigo, camadas finas de cobre reduzem significativamente a carga viral após apenas uma hora.
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Anteriormente, estudos já tinham levantado a questão de que, como resultado da corrosão, o cobre e a prata podem liberar íons prejudiciais às bactérias, impedindo seu crescimento ou matando. Trata-se de um efeito muito explorado em diversos nichos da medicina — como revestimento de implantes e instrumentos médicos, por exemplo — para prevenir a infecção bacteriana.
Com isso em mente, pesquisadores se concentram na descoberta de métodos para liberar ainda mais íons e intensificar esse efeito, aplicando camadas mais finas dos metais a um material transportador. A depender da interação com metais mais preciosos, a corrosão pode ser ainda mais rápida, liberando mais íons antibacterianos.
Apesar de várias superfícies contarem com uma longa história de propriedades antimicrobianas, há muitos vírus que ainda não foram analisados profundamente. É o caso do coronavírus responsável pela covid-19, por exemplo, relativamente novo na história da medicina.
"Neste estudo, detectamos propriedades antivirais contra o SARS-CoV-2 em superfícies que foram revestidas com cobre. No entanto, nenhum efeito de prata foi observado, em claro contraste com suas propriedades antibacterianas bem conhecidas", diz o estudo.
"Esses resultados demonstram claramente que os sistemas de cobre e prata apresentam diferenças significativas nas propriedades antivirais e antibacterianas que precisam ser consideradas", conclui o artigo. Alguns itens do dia a dia já colocam em prática o efeito do cobre na neutralização do coronavírus, como case para celular, por exemplo.
Fonte: Scientific Reports