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Cientistas descobrem variante do HPV com maior potencial de causar câncer

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Setembro de 2022 às 12h30

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iLexx/Envato
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Após analisar diferentes amostras do papilomavírus humano (HPV), uma equipe de cientistas brasileiros descobriu uma variante que tem maior potencial para favorecer o desenvolvimento de câncer. No experimento, os pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) analisaram cepas do HPV-18.

Anteriormente, o mesmo grupo de cientistas já tinha identificado que algumas variantes do HPV estavam mais associadas ao desenvolvimento de câncer. Agora, o recente estudo conseguiu descobrir quais delas ofereciam maior risco.

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"Verificamos que, epidemiologicamente, a variante A1 conferia mais risco que a B1” para casos de câncer, explica a bioquímica Laura Sichero, que liderou a pesquisa, para a Agência Fapesp. A descoberta pode impulsionar a pesquisa de novos tratamentos para o câncer de colo de útero, comenta. Uma das alternativas já conhecidas para reduzir este risco é a vacinação, disponível de forma gratuita, para alguns públicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

15% dos casos de câncer têm relação com vírus

É importante destacar que o HPV não é o único vírus que pode aumentar o risco de câncer. Segundo a pesquisadora Sichero, estima-se que 15% de todos os tumores no mundo estejam relacionados a agentes infecciosos. Por exemplo, o vírus da hepatite B é bastante associado ao desenvolvimento de câncer no fígado.

No caso do papilomavírus, é possível observar a relação com tumores de colo de útero, vulva, vagina, pênis, canal anal e orofaringe. Entre os tipos de maior risco, estão o HPV-16 e o HPV-18.

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“No caso dos tumores de colo de útero, 100% estão associados a infecções por HPV. Com isso, sabe-se que, no mundo, 5% dos tumores que acometem humanos são causados por HPV. É um número alto, por isso a importância de estudar mais esse vírus e suas variantes, bem como de incentivar a vacinação. Temos disponível uma vacina profilática que impede a infecção e, consequentemente, previne os tumores associados”, pontua Sichero.

Estudo para encontrar a cepa mais resistente do HPV

Publicado na revista científica Viruses, o estudo brasileiro usou um modelo celular que simula a infecção persistente pelo agente infeccioso. “Para que ocorra o desenvolvimento de um tumor é necessária uma infecção persistente por HPV. Portanto, infectamos queratinócitos primários de prepúcio, que são células hospedeiras do vírus no corpo humano, de uma maneira que elas estivessem sempre com esse vírus”, detalha a bioquímica. “A partir dessas análises, constatamos que a variante A1 tem maior potencial oncogênico que a B1”, completa.

Pela descoberta, o estudo foi vencedor da 13ª edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira na categoria “Pesquisa em Oncologia”. A iniciativa é patrocinada pelo próprio Icesp e pelo jornal Folha de S. Paulo.

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Fonte: Viruses e Agência Fapesp