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Cientistas descobrem subtipo de depressão que afeta 27% dos pacientes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Junho de 2023 às 11h36

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Joshua Rawson-Harris/Unsplash
Joshua Rawson-Harris/Unsplash

Em novo estudo publicado na JAMA Network Open, pesquisadores identificaram um novo subtipo de depressão que pode afetar cerca de 27% dos pacientes. O novo quadro é marcado por déficits cognitivos de atenção, memória e autocontrole, sintomas que escapam de muitos antidepressivos (principalmente aqueles que se concentram na serotonina).

Com isso, as descobertas ajudam a explicar por que os tratamentos medicamentosos mais populares para a depressão nem sempre são eficazes. Para chegar a essa informação, o grupo analisou 700 adultos. Dentre os pacientes diagnosticados com depressão, 27% tiveram pior desempenho em tarefas cognitivas. Coincidentemente, essa mesma parcela teve uma resposta pior aos tratamentos com antidepressivos.

Os participantes foram avaliados clinicamente e também realizaram testes de memória verbal, memória de trabalho, velocidade de decisão e atenção. Segundo o artigo, os pacientes com transtorno depressivo maior com processamento de informações mais lento, problemas de sono piores e inibição de resposta mais fraca tenderam a mostrar ativação reduzida no córtex pré-frontal e no córtex cerebral.

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De acordo com os pesquisadores, essas partes do cérebro estão altamente envolvidas em funções executivas, como planejamento futuro e cumprimento de metas, por exemplo.

A equipe observa que, embora tenham descartado certos distúrbios e fatores que podem afetar o comprometimento cognitivo, pode haver outros fatores comportamentais ou neurobiológicos que contribuem para esse sintoma cognitivo, e devemos ser cautelosos ao generalizar as descobertas.

"Começamos com medicamentos que têm o mesmo mecanismo de ação para todos com depressão, embora a depressão seja bastante heterogênea. Acho que este estudo pode ajudar a mudar isso", apontam os autores.

Tipos de depressão

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Existem vários tipos de depressão. A depressão clássica ou maior apresenta os sinais mais comuns, como tristeza, desânimo e pensamentos negativos, pouco interesse em atividades habituais, dificuldades para dormir, alterações no apetite ou no peso, perda de energia e sensação de inutilidade. Pensamentos de morte ou suicídio também podem ocorrer.

Os especialistas também fazem alerta para o transtorno depressivo persistente, que não é tão intenso quanto a depressão clássica, mas dura ao menos dois anos. As pessoas continuam realizando suas tarefas normalmente, mas se sentem fracas ou sem vontade em boa parte do tempo. Também podem apresentar baixa autoestima, falta de esperança e alterações no peso ou apetite.

Outro tipo de depressão é o transtorno disruptivo de desregulação do humor está associado à infância e adolescência, e se caracteriza por explosões de temperamento severas e recorrentes (três ou mais vezes por semana, por exemplo). Esse transtorno pode acontecer durante um ano ou mais.

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A depressão também contempla o transtorno afetivo sazonal, a desordem disfórica pré-menstrual e o transtorno bipolar. Anteriormente, revelamos como a tecnologia tem ajudado quem tem depressão.

Fonte: JAMA Network Open, Science Alert,  Harvard Health PublishingAmerican Psychiatric AssociationNational Institute of Mental Health