Cientistas descobrem novo tipo de células no pulmão; conheça sua função
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
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Um novo tipo de célula foi descoberta nas profundezas do pulmão, segundo uma equipe de cientistas norte-americanos. Estas células têm um papel fundamental na defesa do organismo contra doenças pulmonares e, em partes, podem ser comparadas com as células-tronco. Isso porque ajudam no processo de regeneração celular.
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Publicado na revista científica Nature, o estudo sobre as novas células do pulmão foi liderado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Inicialmente, elas recebem o nome de células secretoras das vias aéreas respiratórias (RASCs).
Entenda a função das novas células do pulmão
Durante o estudo, a equipe de cientistas descobriu as primeiras evidências das RASCs ao analisar amostras de células pulmonares, doadas por pessoas saudáveis. A ideia era aprender como o organismo reagia à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Inclusive, o novo tipo de célula não foi identificado nos pulmões de camundongos.
Segundo o grupo de pesquisadores, as novas células são “secretoras” e podem ser encontradas perto dos alvéolos — estes são pequenas bolsas que lembram a imagem de um cacho de uva, quando juntos. Basicamente, a função das células é produzir as proteínas necessárias para o revestimento das vias aéreas.
Além disso, as RASCs podem regenerar as células AT2 e, consequentemente, mantêm os alvéolos saudáveis. Por causa disso, a equipe explica que têm propriedades semelhantes às células-tronco, já que carregam um poder regenerativo.
Risco do tabagismo
Segundo os pesquisadores, o tabagismo e a DPOC podem interromper as funções regenerativas das novas células do pulmão. Agora, a equipe cogita que corrigir esta interrupção pode ser uma maneira eficaz de tratar a DPOC, mas estudos ainda são necessários para confirmar a hipótese.
Para Maria Basil, uma das autoras do estudo e pesquisadora da Universidade da Pensilvânia, “a DPOC é uma doença grave e comum, mas não entendemos a biologia celular do porquê ou como alguns pacientes a desenvolvem". Nesse sentido, identificar as células, que são afetadas pela doença, "pode realmente acelerar o desenvolvimento de novos tratamentos”, explica Basil, em comunicado.
“Com estudos como este, estamos começando a ter uma noção, no nível da biologia celular, do que realmente está acontecendo nesta doença muito prevalente”, completa Edward Morrisey, outro autor do estudo. Por ano, cerca de 3 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por causa desta doença.
Fonte: Nature e Penn Medicine