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Cientistas descobrem genes que determinam a altura da pessoa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Abril de 2023 às 13h06

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Varyapigu/Envato
Varyapigu/Envato

Hoje, o principal tratamento usado para crianças crescerem é a somatotropina, popularmente conhecida como hormônio do crescimento (GH). Só que a solução está longe de ser considerada a ideal e tem inúmeras limitações. Agora, cientistas norte-americanos podem ter descoberto um novo caminho para estimular o desenvolvimento dos ossos e da altura, através da genética.

Revisando bancos de dados e informações genéticas de roedores, a equipe conseguiu identificar 145 genes associados com a altura. Em seguida, as informações foram emparelhadas com dados humanos e, aparentemente, estão conectadas, segundo estudo publicado na revista científica Cell Genomics.

Na atual fase, a pesquisa está longe de ser conclusiva, mas já oferece novos insights para o tratamento de doenças que envolvem o crescimento, os problemas genéticos e a altura. Por exemplo, pacientes com displasia esquelética não têm nenhuma opção terapêutica, mas, no futuro, podem ser beneficiados por esta nova leva de terapias.

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Como os ossos crescem?

No estudo, os pesquisadores da Harvard Medical School se concentram nos genes ativados em células de cartilagem, presentes nas extremidades dos ossos dos mamíferos e que afetam o quanto elas crescem. Este tipo de célula é conhecida como condrócito e, pelo menos, 145 genes exercem influência sobre o seu comportamento de crescimento.

Aqui, vale detalhar que os condrócitos se multiplicam nas extremidades dos ossos, ou seja, nas placas de crescimento. A função deles é determinar o comprimento e a forma dos futuros ossos naqueles que estão em desenvolvimento. Quando o indivíduo está mais velho, esta região se torna mais sólida e rígida. Em outras palavras, vira o osso como o conhecemos.

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Além da questão genética, outros fatores, como questões ambientais e nutricionais, impactam no resultado do crescimento. Por exemplo, crianças desnutridas comumente têm problemas nos ossos, o que pode comprometer permanentemente a vida na fase adulta.

145 genes do crescimento

Para chegar aos 145 genes do crescimento, os pesquisadores examinaram 600 milhões de células de cartilagem em camundongos. Após fazer uma seleção de potenciais genes, a equipe usou a ferramenta CRISPR para a edição do genoma. Basicamente, o gene potencial era removido e se buscava entender como a célula crescia sem aquela instrução. Na seleção final, foram destacados apenas os genes que quando “apagados” implicavam em problemas do crescimento.

Na última etapa da pesquisa, os cientistas cruzaram as descobertas dos roedores com informações genéticas em humanos. Neste ponto, descobriram inúmeras semelhanças, indicando possível relação.

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A descoberta ainda é preliminar e, agora, cada gene deve ser investigado separadamente para se comprovar que, de fato, podem afetar o crescimento em humanos. Caso isso se comprove, novas terapias poderão ser desenvolvidas para estimular o crescimento dos ossos e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida de muitos indivíduos.

Fonte: Cell Genomics e EurekAlert