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Cientistas descobrem estratégia para impedir 100% dos casos de covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Maio de 2022 às 09h40

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Fusion Medical Animation/Unsplash
Fusion Medical Animation/Unsplash

Para impedir completamente a infecção de células saudáveis pelo coronavírus SARS-CoV-2, um grupo de cientistas belgas trabalha em um medicamento que demonstrou ser promissor em testes de laboratório. A ideia é usar um tipo específico de açúcar comum nas células humanas e, através dele, barrar o processo de invasão do vírus da covid-19.

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo para impedir 100% dos casos da covid-19 ainda é bastante preliminar. A pesquisa é liderada por cientistas da Universidade de Louvain (UCLouvain), na Bélgica.

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Agora, a equipe realizará novos testes, mas em camundongos (pré-clínicos). No futuro, a pesquisa pode levar ao desenvolvimento de um antiviral, administrado por aerossol (spray), receitado em caso de infecção ou de contato de alto risco.

Estratégia "infalível" contra a covid-19

A ciência já sabe que o vírus da covid-19 usa a proteína S (Spike) para chegar até o receptor ACE2 — a sigla pode ser traduzida por Enzima Conversora de Angiotensina 2 —, expresso pela maioria das células humanas. O contato e o encaixe entre o ACE2 e a proteína S permite a infecção das células saudáveis.

No projeto dos cientistas belgas, foi possível descobrir, aparentemente, uma forma de impedir essa conexão. Até então, isso não foi planejado por nenhum medicamento disponível contra a covid-19 e não pode ser desencadeado por nenhuma vacina em uso.

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Em resumo, existe um terceiro elemento que foi pouco estudado no processo de invasão das células saudáveis pelo vírus da covid: a classe dos ácidos siálicos (SAs), que são um tipo de açúcar presente na superfície das células. Este açúcar é usado como um localizador pelos vírus e os ajudam a encontrar os "alvos" da mais facilmente. Também favorecem a fixação do hospedeiro. Basicamente, ajudam o processo de infecção, atuando contra o próprio corpo.

No processo de análise in vitro, foi possível descobrir que uma variante específica desses açúcares, a 9-O-acetilado, interagia mais fortemente com a proteína S. A partir disso, a equipe de cientistas buscou formas de bloquear a proteína S antes de chegar no ACE2. A ideia foi criar estruturas multivalentes, repletas daquele tipo específico de açúcar e, com isso, enganar o agente infeccioso.

Em tese, isso bloqueia a ligação antes dela acontecer, já que provoca o efeito reverso. Afinal, o vírus da covid-19 não vai se conectar mais com a célula saudável e, sim, com a estrutura de açúcares, que parece ter maior afinidade química, ou seja, é mais "interessante". Conectado a essa estrutura, o vírus não se replica e a infecção não acontece. Apesar de a ideia ser promissora, mais testes são necessários.

Fonte: Nature e UCLouvain