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4ª dose da vacina aumenta imunidade e número de anticorpos, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Maio de 2022 às 17h15

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Rthanuthattaphong/Envato Elements
Rthanuthattaphong/Envato Elements

Uma equipe de cientistas britânicos comprovou a importância da quarta dose da vacina na proteção contra a covid-19 em pessoas que pertencem a grupos de risco da doença, como os idosos. O reforço do imunizante aumenta tanto a imunidade geral quanto a quantidade de anticorpos no sangue.

Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, a nova etapa do estudo COV-BOOST foi liderada por pesquisadores do Hospital Universitário de Southampton, no Reino Unido. A instituição é parte do Serviço Nacional de Saúde (NHS).

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Na investigação, foram analisados os efeitos protetores da vacinas de mRNA (RNA mensageiro), como a fórmula da Pfizer/BioNTech e da Moderna. Segundo os autores do estudo, as novas doses são "bem toleradas e aumentam a imunidade celular e humoral". Além disso, "as respostas de pico após a quarta dose foram semelhantes e, possivelmente, melhores do que as respostas de pico após a terceira dose", comentam.

Vale lembrar que alguns países implantaram, a partir deste ano, a aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19, baseados dados preliminares de proteção. Agora, este é um dos primeiros estudos a confirmar a validade desta estratégia contra a pandemia. No momento, ainda não é possível afirmar que os benefícios são observados também em pessoas mais novas.

Entenda a pesquisa sobre o reforço contra a covid

Entre os dias 11 e 25 de janeiro de 2022, 166 participantes foram selecionados para o estudo que analisaria os efeitos da quarta dose da vacina contra a covid-19. Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo que um deles receberia a quarta dose da vacina da Pfizer (na versão integral). Enquanto isso, a outra parcela de recrutados tomaria meia dose da fórmula da Moderna.

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Segundo os autores do estudo, a idade média dos participantes foi de 70 anos, variando de 51 a 77 anos. Além disso, o intervalo médio entre a quarta e a terceira dose foi de 208 dias — cerca de sete meses. No estudo, os efeitos adversos mais comuns foram fadiga e dor no local da aplicação. Nenhuma reação adversa grave relacionada ao processo de vacinação foi identificada.

“Esses resultados sublinham os benefícios das pessoas mais vulneráveis ​​que recebem doses de reforço na primavera e dão confiança para qualquer programa de reforço de outono no Reino Unido”, afirma o principal autor do estudo, Saul Faust, em comunicado.

Apesar dos benefícios para a maioria dos voluntários, um seleto grupo manteve altos níveis de imunidade após a terceira dose. Nesses casos, o novo reforço deve um efeito limitado, o que aponta para a possível existência de um teto de imunidade contra a covid-19.

OMS e a quarta dose

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Alinhado com os novos dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que, neste momento, a quarta dose da vacina contra a covid-19 seja destinada para aqueles indivíduos que têm o sistema imune comprometido ou que são idosos. “Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose de forma mais ampla”, explicou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, durante entrevista coletiva.

Agora, a equipe de pesquisadores britânicos deve ampliar os estudos clínicos para verificar qual o impacto da quarta dose da vacina em pessoas saudáveis e mais novas que o público do grupo de risco. Dependendo dos resultados, novas orientações de imunização podem ser divulgadas.

Fonte: The Lancet Infectious Diseases, NHS, Agência EFE