Cientistas descobrem células imunes associadas ao risco de morte por covid-19
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 01 de Março de 2022 às 16h06
Cientistas da Yale University (EUA) desenvolveram uma ferramenta de análise de dados que possibilitou encontrar tipos específicos de células imunes associadas ao aumento do risco de morte por covid-19. As descobertas foram publicadas na revista Nature Biotechnology na última segunda-feira (28).
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No artigo, os pesquisadores apontam que algumas respostas de células imunes podem ocasionalmente desencadear uma inflamação mortal nos pacientes com covid-19. A ferramenta utilizada para fazer a análise se chama Multiscale PHATE, e é baseada em machine learning.
Anteriormente, a ferramenta possibilitou a análise de 55 milhões de células sanguíneas de pacientes com covid grave. Na ocasião, descobriu-se que altos níveis de células T (com funções imunológicas de efetuação de respostas antivirais) representavam mais proteção, enquanto altos níveis de glóbulos brancos (granulócitos e monócitos) foram associados a níveis mais altos de mortalidade.
Dessa vez, os pesquisadores de Yale descobriram que uma célula T auxiliar chamada TH17 também estava associada a maior mortalidade quando agrupada com células do sistema imunológico chamadas IL-17 e IFNG. Ao medir as quantidades dessas células no sangue, os cientistas conseguiram prever se o paciente vivia ou morria com 83% de precisão.
Segundo os autores do artigo, a nova ferramenta analítica de dados pode ser usada para ajustar a avaliação de risco em uma série de doenças, não apenas a covid-19. “Conseguimos ordenar os fatores de risco de mortalidade para mostrar quais são os mais perigosos”, afirmou a pesquisadora Smita Krishnaswamy, em entrevista ao portal Yale News.
Fonte: Nature Biotechnology via Yale News