Cientistas descobrem células imunes associadas ao risco de morte por covid-19
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Cientistas da Yale University (EUA) desenvolveram uma ferramenta de análise de dados que possibilitou encontrar tipos específicos de células imunes associadas ao aumento do risco de morte por covid-19. As descobertas foram publicadas na revista Nature Biotechnology na última segunda-feira (28).
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No artigo, os pesquisadores apontam que algumas respostas de células imunes podem ocasionalmente desencadear uma inflamação mortal nos pacientes com covid-19. A ferramenta utilizada para fazer a análise se chama Multiscale PHATE, e é baseada em machine learning.
Anteriormente, a ferramenta possibilitou a análise de 55 milhões de células sanguíneas de pacientes com covid grave. Na ocasião, descobriu-se que altos níveis de células T (com funções imunológicas de efetuação de respostas antivirais) representavam mais proteção, enquanto altos níveis de glóbulos brancos (granulócitos e monócitos) foram associados a níveis mais altos de mortalidade.
Dessa vez, os pesquisadores de Yale descobriram que uma célula T auxiliar chamada TH17 também estava associada a maior mortalidade quando agrupada com células do sistema imunológico chamadas IL-17 e IFNG. Ao medir as quantidades dessas células no sangue, os cientistas conseguiram prever se o paciente vivia ou morria com 83% de precisão.
Segundo os autores do artigo, a nova ferramenta analítica de dados pode ser usada para ajustar a avaliação de risco em uma série de doenças, não apenas a covid-19. “Conseguimos ordenar os fatores de risco de mortalidade para mostrar quais são os mais perigosos”, afirmou a pesquisadora Smita Krishnaswamy, em entrevista ao portal Yale News.
Fonte: Nature Biotechnology via Yale News