Cientistas descobrem 140 mil novos vírus no intestino humano
Por Nathan Vieira |
Recentemente, cientistas descobriram que pode haver mais organismos vivos dentro de nós do que pensávamos. Acontece que foram encontradas 140 mil espécies de vírus no intestino humano, sendo que metade delas nunca foi vista antes pela ciência. Os autores do estudo acreditam que essas descobertas podem abrir novas portas para a compreensão de como nosso microbioma intestinal afeta nossa saúde.
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Mas calma: sabemos que os vírus têm preocupado a população mundial nos últimos tempos. Esses não têm nada a ver com o SARS-CoV-2, causador da COVID-19. “É importante lembrar que nem todos os vírus são prejudiciais, mas representam um componente do ecossistema intestinal", explicou o autor do estudo, o Dr. Alexandre Almeida, do Instituto Wellcome Sanger, em um comunicado.
"Para começar, a maioria dos vírus que encontramos tem DNA como material genético, que é diferente dos patógenos que a maioria das pessoas conhece, como o SARS-CoV-2 ou o Zika, vírus de RNA. Em segundo lugar, essas amostras vieram principalmente de indivíduos saudáveis que não compartilhavam nenhuma doença específica. É fascinante ver quantas espécies desconhecidas vivem em nosso intestino e tentar desvendar a ligação entre elas e a saúde humana”, o comunicado seguiu.
Muitos desses vírus descobertos são do tipo bacteriófago: completamente inofensivos para os humanos, que desempenham um papel enorme na regulação do número de células bacterianas no intestino humano. Além disso, dentre os novos vírus, o mais comum era um novo grupo que se pensava ter um ancestral comum, que foi apelidado de Gubaphage. Ele é semelhante ao tipo mais prevalente no intestino humano, crAssphage. No entanto, o autor ressalta a necessidade de mais pesquisas para entender justamente qual é o papel do Gubaphage.
O microbioma intestinal se tornou um tema muito comentado recentemente, com uma série de estudos ligando desequilíbrios de bactérias intestinais a doenças que variam de depressão a câncer. O sistema de bactérias do intestino o protege de patógenos, enquanto interage com o sistema imunológico, fornecendo uma nova gama de funções metabólicas e imunológicas. Os estudos mais recentes almejam a compreensão dos mecanismos por trás de seu envolvimento em doenças infecciosas e não infecciosas.
Fonte: IFL Science