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Cientistas criam hidrogel que mantém vacinas estáveis em um calor de até 65 ºC

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Jonathan Zawada/ETH Zurich
Jonathan Zawada/ETH Zurich

Cientistas do Instituto Tecnológico Federal Suíço de Zurique (ETH Zürich) conseguiram desenvolver um hidrogel que mantém vacinas estáveis em temperaturas de até 65 °C, podendo ser transportadas e armazenadas em temperatura ambiente. Atualmente, a necessidade de refrigerar os imunizantes encarece e dificulta sua administração em zonas remotas, onde não raro são mais necessárias.

Para conseguirem produzir a resposta imune necessária para seu bom funcionamento, as vacinas carregam proteínas ou vírus vivos, ambos vulneráveis a calor. Normalmente, é preciso refrigerá-las a temperaturas abaixo de 8 °C desde sua manufatura até a administração no paciente. Infraestrutura complexa e veículos de transporte especiais são utilizados para que isso possa ser feito.

Em alguns lugares mais remotos, manter os imunizantes refrigerados pode ser difícil ou até impossível, resultando em doses perdidas e falta de medicações críticas por muito tempo. Uma parceria entre a ETH Zürich e a empresa Nanoly Bioscence, no entanto, pode resolver esse problema retirando a necessidade de resfriamento das vacinas.

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Como preservar vacinas no calor

A estrela da vez é um polímero sintético chamado polietilenoglicol (PEG, na sigla inglesa), e o hidrogel que resulta da substância. Quando aplicado no frasco da vacina em questão, ele encapsula as proteínas do imunizante e as mantém separadas: isso permite que ela continue viável em temperatura ambiente e até mais, podendo ser conservada por meses em até 65 °C.

Para a aplicação, um soro glicosado (solução de açúcar) pode ser adicionado para dissolver o hidrogel e liberar as proteínas, então injetadas no paciente sem complicações. Segundo dados toxicológicos divulgados pelos cientistas, os componentes do hidrogel são seguros para o corpo humano. Um estudo sobre a pesquisa foi publicado no periódico científico Science Advances.

Outros experimentos científicos já haviam conseguido estabilizar vacinas com liofilização — congelamento a seco, no vácuo, sublimando o gelo —, o que permite incluí-las em películas orais dissolvíveis ou adesivos com microagulhas. O problema é que esse processo reduz a eficácia dos imunizantes. O hidrogel, por outro lado, não interfere nas proteínas vacinais.

Embora os cientistas afirmem que são necessários mais estudos até podermos utilizar o novo hidrogel na distribuição de vacinas, já é possível usá-lo no transporte de outros insumos sensíveis à temperatura, como proteínas e enzimas utilizadas em pesquisas médicas.

Fonte: Science Advances

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