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Cientistas brasileiros revertem disfunção neuropsiquiátrica associada a autismo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Cientistas brasileiros conseguiram reverter a evolução de uma disfunção neuropsiquiátrica associada a autismo, chamada síndrome de Pitt-Hopkins, originada a partir de uma mutação no gene TCF4. As informações foram publicadas na revista Nature Communications nesta segunda-feira (2).

A equipe da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriu os mecanismos moleculares por trás da síndrome de Pitt-Hopkins, ou seja, o que difere nas células do sistema nervoso desses pacientes. Com essa descoberta em mãos, os cientistas passaram a testar diferentes formas de interferir na evolução do quadro, para reverter os efeitos.

A síndrome de Pitt-Hopkins diz respeito a um déficit cognitivo que desencadeia atraso motor profundo, ausência de fala funcional e anormalidades respiratórias. Para estudá-la, os cientistas utilizaram organoides cerebrais cultivados em laboratório. São como mini-cérebros, mas sem vascularização e com menos tipos celulares.

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Técnicas para reverter síndrome associada ao autismo

O estudo permitiu entender que a mutação prejudica a geração de neurônios. A comunicação entre eles é feita a partir de impulsos elétricos, e sem isso, não podem exercer suas funções. Depois de apontar as alterações causadas pela mutação no gene TCF4, os pesquisadores buscaram maneiras de corrigi-la a partir de três técnicas diferentes:

A primeira técnica foi a edição gênica, conhecida como CRISPR. Nesse caso, o grupo fez com que a cópia funcional do gene expressasse mais proteína, compensando a área afetada pela mutação causadora da síndrome de Pitt-Hopkins.

Em outra forma de intervenção, os autores do estudo inseriram uma cópia extra do gene, que passou a exercer normalmente as funções gênicas, compensando a cópia mutada. Os organoides passaram a crescer e tiveram um aumento da proliferação das células capazes de gerar neurônios.

A terceira técnica envovleu a aplicação de uma droga chamada CHIR99021, que ativa uma via de sinalização celular conhecida como Wnt, alterada também por mutações no gene TCF4. O tratamento possibilitou a melhora em alguns indicadores moleculares. Com isso, a pesquisa abre portas para novas possibilidades de terapias que ajudem pacientes no espectro autista.

Fonte: NatureAgência Fapesp