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Cérebro de adolescente que dorme tarde se desenvolve de forma diferente

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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twenty20photos/envato
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Nos primeiros anos de vida, o cérebro está em formação e este movimento continua até a adolescência e a fase adulta. Neste processo, cientistas australianos descobriram que o horário em que adolescentes costumam ir para cama impacta o desenvolvimento cerebral. Maior benefício é obtido por aqueles que dormem e acordam cedo.

Publicado na revista científica The Journal of Child Psychology and Psychiatry, o estudo sobre o desenvolvimento do cérebro de adolescentes que dormem tarde foi liderado por pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália. Entre os estímulos para dormir mais tarde que o normal, estão os aparelhos eletrônicos, como tablets e celulares.

"Descobrimos que a mudança no padrão de sono aumentou o risco de ter problemas comportamentais e atrasou o desenvolvimento do cérebro no final da adolescência", afirmam as autoras do estudo, em artigo para o site The Conversation.

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Formação do cérebro na adolescência

Para entender como o horário de ir para cama impacta o crescimento cérebro, a equipe de pesquisadores acompanhou mais de 200 adolescentes por sete anos, entre os 12 e 19 anos. Tantos os responsáveis quanto os jovens responderam uma série de questionários sobre as preferências de sono e os níveis de bem-estar emocional e comportamental. Os questionários foram refeitos ao longo dos anos.

Em paralelo, os adolescentes passaram por duas tomografias cerebrais, com alguns anos de intervalo, para examinar, de fato, o desenvolvimento do cérebro. "Nós nos concentramos em mapear as mudanças na estrutura da massa branca — o tecido conjuntivo do cérebro que permite que nossos cérebros processem informações e funcionem de forma eficaz", detalham as autoras.

Como dormir tarde afeta os adolescentes?

Após análises, foi possível identificar que a estrutura da massa branca dos jovens que dormem cedo e dos que dormem tarde são diferentes. Para ser mais específico, a matéria branca do grupo com hábitos mais noturnos não crescia na mesma proporção que nos de hábitos diurnos.

Inclusive, os pesquisadores defendem a hipótese de que isto impacta o comportamento dos adolescentes. Por exemplo, os notívagos no início da adolescência (por volta dos 12 anos) eram mais propensos a ter problemas comportamentais vários anos depois. Entre as questões relacionadas, estão:

  • Maior nível de agressividade;
  • Quebra das regras com maior frequência;
  • Comportamentos anti-sociais.
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Por outro lado, não foi possível identificar nenhuma relação negativa com problemas emocionais, como casos de ansiedade ou de mau-humor.

Por que dormir mais tarde afeta negativamente adolescentes?

Em certo ponto, é aceitável que um grupo de indivíduos desenvolva hábitos noturnos e se sinta mais produtivos e alerta à noite, preferindo dormir mais tarde e acordar mais tarde no dia seguinte. No entanto, como adolescentes, precisam seguir regras pré-estabelecidas, como acordar cedo e ir para a escola.

Neste cenário, as autoras explicam ser possível que "a falta crônica de sono, devido a esses horários de sono incompatíveis, pode explicar por que os adolescentes que são notívagos correm maior risco de problemas emocionais e comportamentais do que aqueles que são matinais".

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Para esta fase de desenvolvimento, o recomendável é que os hábitos sejam ajustados, buscando se adequar à rotina do adolescente e privilegiar as horas de sono. Estudos anteriores já apontaram que dormir pouco também aumenta o risco de doenças crônicas.

Fonte: Acamh e The Conversation