Cateter robótico pode ajudar em cirurgias de aneurisma cerebral
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Pesquisadores da Johns Hopkins University e da University of Maryland (EUA) desenvolveram um cateter robótico capaz de ajudar na realização de cirurgias de aneurisma cerebral. Em artigo publicado no International Journal of Computer Assisted Radiology and Surgery, o grupo demonstrou que o novo sistema pode ser intuitivo e preciso.
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Uma das abordagens comuns para o tratamento de um aneurisma cerebral envolve passar um cateter através de uma artéria, e normalmente os médicos dobram as pontas dos cateteres na direção desejada antes de inseri-los. Em seguida, usando as mãos, eles giram o cateter conforme necessário enquanto o empurram em direção ao aneurisma.
Mas os pesquisadores justificam que não costuma ser possível dobrar a ponta em uma direção diferente quando necessário, uma vez inserido, o que causa problemas se um aneurisma estiver difícil de alcançar. Trata-se de um problema muito relatado pelos neurocirurgiões. Por isso, o grupo concluiu que uma ferramenta robótica direcionável poderia melhorar muito o processo.
Assim, os pesquisadores projetaram uma ponta de cateter operada por pressão de ar em 3D. Eles usaram uma resina macia e flexível para confeccionar o dispositivo. O projeto inclui dois canais ocos que correm paralelamente ao longo do comprimento da ponta, que, se pressurizados individualmente, fazem com que a ponta se desvie para a esquerda ou para a direita.
A ideia é atender a uma necessidade que os sistemas robóticos anteriores ainda não haviam atendido: um sistema de controle que se adaptasse bem ao fluxo de trabalho clínico atual.
A equipe também desenvolveu um mostrador manual que permite ajustes precisos da posição da ponta, proporcionando mais controle. Com esse sistema, os pesquisadores permitem mover simultaneamente um cateter para frente com uma mão e ajustar o ângulo da ponta com a outra.
Novo cateter para cirurgias de aneurisma
Para avaliar o desempenho do dispositivo, os autores pediram a usuários que ajustassem a posição da ponta robótica para atingir um conjunto de cinco alvos cilíndricos de 2 milímetros de largura, espaçados menos de 2 milímetros. Através de 80 tentativas cada, os usuários conduziram os cateteres em direção aos cilindros com uma mão e operaram o mostrador com a outra.
Os autores rastrearam a distância entre as pontas e os alvos e o tempo que os usuários levaram para realizar as tarefas. Todos os usuários envoldidos mostraram eficácia na utilização do sistema robótico para controle de precisão.
Anteriormente, pesquisadores já vinham trabalhando em um cateter flexível inspirado em vespas que também trabalha com a premissa de revolucionar cirurgias no cérebro.
O que é aneurisma cerebral?
O Ministério da Saúde define o aneurisma como "a dilatação anormal de uma artéria". Os aneurismas podem ocorrer em qualquer artéria do corpo, como as do cérebro, do coração, do rim ou do abdômen, mas é o aneurisma cerebral que apresenta altas taxas de mortalidade.
Na prática, o aneurisma acontece graças ao enfraquecimento ou defeito da parede arterial, então a pessoa pode nascer com o problema ou adquiri-lo, a partir de fatores como hipertensão, tabagismo ou traumatismo. A Pasta aponta que aneurismas pequenos costumam ser assintomáticos, mas quando crescem, podem comprimir uma estrutura cerebral e provocar sintomas que variam conforme a área do cérebro afetada.
Fonte: International Journal of Computer Assisted Radiology and Surgery, Ministério da Saúde