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Novo dispositivo é usado no tratamento de casos perigosos de aneurisma cerebral

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Dezembro de 2021 às 16h50

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cookelma/envato
cookelma/envato

Cientistas e cirurgiões norte-americanos testaram, pela primeira vez, um novo dispositivo para o tratamento de casos complexos e, potencialmente, mortais de aneurisma cerebral. Em formato de flor, o implante experimental foi desenvolvido pela empresa britânica Cerus Endovascular e recebe o nome de Cerus Contour.

Vale explicar que um aneurisma ocorre quando há dilatação atípica em um dos vasos sanguíneos que levam sangue até ao cérebro. Isso deixa o fluxo sanguíneo difuso e essa alteração pode pressionar a parede interna do vaso. Em casos graves, o aneurisma pode se romper, o que desencadeia um quadro de hemorragia interna e ser, potencialmente, fatal.

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No estudo, publicado na revista científica Journal of NeuroInterventional, os pesquisadores tratam um tipo específico, o aneurisma intracraniano de bifurcação de pescoço largo. Segundo os autores da pesquisa, este tipo de anormalidade é marcado pelo tamanho maior do que o de aneurismas mais comuns e também pela dificuldade de tratamento. Para alguns pacientes, os métodos atualmente disponíveis podem não funcionar.

Como funciona o dispositivo em formato de flor?

O dispositivo britânico se parece com uma flor high-tech, marcada por uma trama metálica no lugar das pétalas e por uma haste de arame fino. Segundo os pesquisadores, o equipamento é implantado através de um cateter que é direcionado da artéria femoral para o local da obstrução no cérebro.

Como é usado um cateter para instalar o dispositivo, a técnica é considerada minimamente invasiva. Além disso, o equipamento deve ser mantido no paciente de maneira permanente para o controle do aneurisma, mas não deve ser necessário nenhum tipo de operação invasiva para controlar o quadro no futuro.

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Tratamento de aneurismas cerebrais

Por enquanto, o procedimento experimental é realizado apenas por uma equipe de neurocirurgiões em Long Island, estado de Nova York. Até o momento, 12 procedimentos foram realizados para o implante do equipamento experimental em pacientes norte-americanos. Os voluntários da pesquisa estão em acompanhamento para avaliar a segurança e a eficácia do Cerus Contour.

"O dispositivo é projetado para o tratamento de aneurismas cerebrais complexos, mais especificamente aneurismas de bifurcação de pescoço largo, que são tradicionalmente os mais difíceis de tratar com outras técnicas", explica David Fiorella, da Stony Brook University.

"Provavelmente, levará pelo menos um a dois anos para que o teste seja concluído", adianta o pesquisador sobre as perspectivas da iniciativa. Após o término dos estudos clínicos, os dados deverão ser enviados para análise da agência Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, onde poderá ser aprovado para o uso comercial.

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A equipe aposta no potencial que o dispositivo tem em se tornar padrão para o tratamento de aneurismas raros, mas potencialmente letais.

Fonte: Journal of NeuroInterventional Surgery e Medical Xpress