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Cação do litoral do Rio de Janeiro parece ter níveis elevados de arsênio

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Stockfilmstudio/Envato
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Coordenados pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), cientistas investigam a concentração de arsênio em raias encontradas no litoral do estado do Rio de Janeiro. No mercado, os animais pescados costumam ser vendidos sob o nome genérico de cação. No momento, a análise preliminar revela taxas do metal pesado dezenas de vezes superiores ao que é considerado seguro para o consumo humano.

“São níveis altos de contaminação. Esses animais [as raias] não devem ser consumidos, tanto devido ao risco para a saúde como por serem espécies que precisam ser preservadas”, explica Rachel Ann Hauser Davis, pesquisadora do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC/Fiocruz e coordenadora do estudo, em comunicado.

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Até o momento, a pesquisa da Fiocruz focou nas concentrações de arsênio de duas espécies de raias que são muito consumidos como cação:

  • Raia-manteiga (Gymnura altavela);
  • Raia-viola (Pseudobatos horkelii).

Qual é o limite de arsênio seguro para o consumo humano?

Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o limite de arsênio para consumo humano deve ser de um miligrama por quilo de peixe. Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que não há nível seguro de ingestão desse metal pesado.

“O arsênio está entre os dez contaminantes de maior preocupação para a saúde pública, segundo a OMS. É uma substância tóxica, que pode prejudicar os sistemas imune, reprodutivo e neurológico, além de ser carcinogênico”, detalha a pesquisadora Davis.

Entenda o estudo da Fiocruz sobre o cação

Desde 2021, o grupo de pesquisadores da Fiocruz já analisou as concentrações de metais e compostos orgânicos em mais de 450 espécimes de raias e tubarões do litoral do Rio, que foram capturadas de forma acidental por pescadores e, posteriormente, doadas para a pesquisa científica

Em 20 exemplares de raia-manteiga, a média de arsênio por quilo de peixe foi calculada 15 miligramas. Excepcionalmente, um dos animais analisados chegou a apresentar 79 miligramas por quilo. Agora, em 50 amostras de raia-viola, a média de contaminação foi de 30 miligramas por quilo de peixe, com um registro de 61 miligramas por quilo.

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No momento, os resultados completos da análise estão em fase de consolidação e, em breve, devem ser publicados em uma revista científica, onde passarão por revisão de pares. Além da Fiocruz, a iniciativa conta com uma rede de 10 instituições de pesquisa, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj) e Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: Agência Fiocruz