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Butantan garante segurança de ovos de galinha para produção da ButanVac

Por| Editado por Claudio Yuge | 06 de Abril de 2021 às 20h40

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Jcomp/Envato Elements
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Para imunizar os brasileiros contra o novo coronavírus (SAR-CoV-2), pesquisadores e cientistas buscam criar fórmulas nacionais, como a vacina ButanVac. Em desenvolvimento pelo Instituto Butantan e com tecnologia do hospital Mount Sinai, de Nova Iorque, este imunizante contra a COVID-19 depende do cultivo do agente infeccioso em ovos de galinhas. Para chocar os ovos com segurança, as potenciais galinhas já foram aprovadas em testes sanitários, de acordo com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Vale explicar que, para imunizar contra o coronavírus, a ButanVac adota um vírus responsável pela Doença de Newcastle (DNC) — que não provoca sintomas em seres humanos, mas atinge aves — como vetor viral inativado. Dessa forma, o vírus da DNC é editado geneticamente e tem incluído no seu material genético fragmentos do vírus da COVID-19 para que, assim, desencadeie uma resposta imunológica contra o coronavírus no futuro.

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Para cultivar esse novo vírus editado geneticamente, os pesquisadores adotam ovos embrionados — popularmente, chamados de ovos com pintinhos em desenvolvimento —, já que são uma alternativa rápida e barata. Após o cultivo do agente infeccioso nos ovos, o material é filtrado e apenas os vírus são selecionados para se tornarem a matéria-prima da vacina.

Certificado de segurança para as galinhas da ButanVac

Durante a produção do imunizante em larga escala, é fundamental que as galinhas não tenham nenhuma doença, já que isso poderia afetar a eficácia da potencial vacina. Nessa função de fiscalizar, o Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, realiza análises para atestar a sanidade das galinhas da Pluma Agroavícola e da Globoaves, ou seja, as empresas fornecedoras de ovos controlados ao Instituto Butantan.

De acordo com o IB, esses fornecedores também são usados para a produção da vacina da gripe, disponibilizada anualmente para a população brasileira através do Sistema Único de Saúde (SUS), e, agora, auxiliam na produção da ButanVac. Segundo as análises, as aves produtoras estão livres de influenza aviária e laringotraqueite infecciosa.

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Até o momento, cerca de 550 mil ovos foram entregues pela empresa ao Butantan, sendo que, para o ano todo, são esperados 60 milhões para produção de vacinas da gripe e da COVID. Aproximadamente três mil ovos já foram usados para a produção das doses iniciais da ButanVac, que deverão ser usadas nos testes em humanos, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os autorize.

"O controle sanitário dos lotes de aves produtoras de ovos controlados para produção de vacinas inativadas é seguido conforme a Instrução Normativa nº 56, de 04 de dezembro de 2007, sendo que os lotes devem estar livres dos principais agentes patogênicos da avicultura. Realizamos mensalmente as análises no Instituto Biológico para identificar que nossas aves produtoras de ovos controlados estão livres de laringotraqueite e influenza aviária, garantindo assim a segurança e excelência do que é produzido e fornecido ao Instituto Butantan", afirma Marcela Fregonezi, médica-veterinária e responsável técnica pelas Unidades de Produção de Ovos Controlados da Pluma Agroavícola.

"Esse trabalho é muito importante para garantir a qualidade e procedência das aves e, consequentemente, dos ovos destinados à produção da vacina de gripe e agora da ButanVac, vacina brasileira em teste para COVID-19. Estamos muito felizes em poder contribuir neste momento", completa Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.