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Butantan descobre candidatos vacinais contra a esquistossomose

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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FabrikaPhoto/Envato
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Na última quinta-feira (4), um artigo publicado na revista científica NPJ Vaccines trouxe a descoberta de um estudo conduzido no Instituto Butantan que encontrou alvos do parasita Schistosoma mansoni que podem ser eficazes como candidatos vacinais contra a esquistossomose ou barriga d'água.

Para chegar a essa descoberta, os cientistas analisaram 12 mil proteínas do verme causador da doença, através de uma técnica conhecida como phage display, que consiste em trabalhar com vírus que se proliferam em bactérias como vetores para expressar peptídeos ou proteínas do parasita. 

Trata-se de uma sequência de outro estudo que chegou à conclusão de que a vacina contra esquistossomose pode ser desenvolvida com anticorpos de macacos, ao descobrir o mecanismo pelo qual a espécie Macaca mulatta desenvolve naturalmente uma resposta imune duradoura contra a doença.

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A resposta leva à autocura após um primeiro contato com o parasita, de forma que o organismo do animal reage rapidamente a uma segunda infecção.

“Há quem defenda que não dá para fazer vacina contra a esquistossomose. Porém, nossas descobertas melhoram a compreensão das respostas imunes e abrem perspectivas promissoras para o desenvolvimento de uma vacina eficaz. Trabalhamos com as 12 mil proteínas de todas as fases do ciclo de vida do Schistosoma e conseguimos apontar os alvos mais reativos”, afirma um dos pesquisadores, Almeida, em entrevista à Agência Fapesp.

Os pesquisadores também descobriram uma maneira de separar os vermes causadores da esquistossomose, já que o S. mansoni só consegue sobreviver na corrente sanguínea do hospedeiro se estiver com a fêmea vivendo dentro do macho.

O que é esquistossomose

Segundo o Ministério da Saúde, a esquistossomose é adquirida quando alguém entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da doença. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.

"O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a seis semanas. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância como problema de saúde pública", afirma o Ministério da Saúde. 

A Pasta afirma que a transmissão  ocorre quando o indivíduo, hospedeiro definitivo, infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos. Espera-se, então, que futuras pesquisas possam levar à vacina contra a esquistossomose.

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Fonte: NPJ Vaccines, Agência Fapesp, Ministério da Saúde