Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Brasil e Índia fecham parceria para tratar tumores sólidos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Abril de 2024 às 11h04

Link copiado!

Spectral/Envato
Spectral/Envato

Para tratar tumores sólidos, cientistas do Brasil e da Índia trabalham em parceria. A nova estratégia contra o câncer demonstrou ser bastante promissora nos testes pré-clínicos, com animais com câncer colorretal. O volume do tumor foi reduzido, enquanto o tempo de sobrevida aumentou.

A forma de tratamento oncológico recém-desenvolvida age a partir da inibição do chamado microambiente tumoral inflamatório (TME). De forma mais simples, a terapia foca no ambiente em que as células cancerígenas crescem, já que este local, em determinadas condições, pode inibir a chegada das células de defesa do próprio paciente. Sem esta barreira, o câncer avança de maneira acelerada.

“Muitas vezes essas células e moléculas [do microambiente tumoral] ajudam o tumor a crescer e, por isso, dizemos que ele escapa da vigilância do sistema imune”, destaca Lúcia Helena Faccioli, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP e uma das autoras do estudo, para a Agência Fapesp.

Continua após a publicidade

Então, é como se ocorresse uma batalha entre as células imunológicas promotoras e inibidores do câncer nesse microambiente. A ideia é que o novo tratamento turbine a ação daquelas células com capacidade de impedir o avanço do tumor.

Novo tratamento Brasil e Índia

Para impedir o crescimento dos tumores sólidos, os pesquisadores brasileiros e indianos desenvolveram nanomicelas quiméricas. São partículas muito pequenas, medindo entre 1 e 100 nanômetros, constituídas por uma combinação de fosfolipídios (NMs), docetaxel (DTX) e dexametasona (DEX).

As duas primeiras substâncias, NMs e DTX, são usadas na eliminação de células tumorais. Já a DEX é um anti-inflamatório que limita a produção de substâncias inflamatórias. As três são antigas conhecidas da ciência, mas nunca foram entregues desta forma no tratamento oncológico.

Continua após a publicidade

Terapia contra tumores sólidos

Publicado na revista Journal of Controlled Release, o estudo detalha a ação das nanomicelas quiméricas em camundongos com câncer sólido — aqueles tumores que ficam fixos em uma região, como os que normalmente afetam a mama, o pulmão ou a região colorretal.

Quando a medicação foi administrada por via intravenosa, o tratamento demonstrou ser bastante eficiente, já que provocou a redução do tamanho dos tumores. Esta diminuição foi 5 vezes superior, quando comparada aos camundongos com câncer colorretal não tratados. Além disso, aumentou o tempo de sobrevida dos roedores foi de 28 a 30 dias para 44 a 50 dias.

Continua após a publicidade

Segundo os autores, a medicação alterou a balança entre as células ao redor do tumor, permitindo que as células de defesa conseguissem combater de forma mais efetiva a doença.

“Embora esses estudos tenham sido feitos em animais, os resultados são muito promissores e abrem possibilidades de estudos em humanos, já que as partículas são formadas por compostos já aprovados para utilização humana”, afirma Faccioli.

Fonte: Journal of Controlled Release e Agência Fapesp