Bebê nasce com dois pênis e sem ânus no Paquistão
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
A junção de duas células, o óvulo e o espermatozóide, em um embrião e as milhões de divisões celulares são o que formam o corpo humano como o conhecemos. Nesse processo, chamado embriogênese, incidentes podem acontecer, como um caso recém-relatado no Paquistão. Lá, nasceu um bebê com dois pênis, mas sem nenhum ânus. Após a condição ser identificada, o menino passou por uma cirurgia emergencial, onde o canal do reto foi aberto, para que ele pudesse evacuar pela primeira vez. Por enquanto, ele ainda convive com os dois falos.
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O caso do nascimento de um bebê com dois pênis é algo extremamente raro para a comunidade científica. São aproximadamente 100 casos conhecidos dessa anomalia congênita rara, sendo que o primeiro relato do tipo foi feito pelo médico Johannes Jacob Wecker, em 1609, enquanto dissecava um cadáver. Oficialmente, a condição recebe o nome de difalia.
É mesmo possível nascer com dois pênis e sem ânus?
Publicado na revista científica International Journal of Surgery Case Reports, o relato de caso do bebê que nasceu com condições extremamente incomuns foi feito pelos médicos e pesquisadores do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão.
Segundo os autores, um caso de difalia (completa ou incompleta) é registrado a cada 5 ou 6 milhões de nascimentos. A causa ainda é desconhecida. Na maioria das vezes, está associada a malformações urológicas, gastrointestinais e anorretais. Por isso, o risco de morte prematura é elevado.
Bebê com difalia completa
"Aqui, relatamos o caso de um recém-nascido que deu entrada na emergência no primeiro dia de vida, com queixas de incapacidade de defecar desde o nascimento e capacidade de urinar por dois falos separados (difalia completa)”, afirmam os pesquisadores.
No primeiro exame clínico, a equipe médica já identificou que o menino não apresentava abertura anal (malformação anorretal), mas, por outro lado, tinha dois falos e uma única bolsa escrotal. Era possível notar uma pequena variação de tamanho entre os pênis, medindo 1,5 cm e 2,5 cm. Ambos conseguiam expelir a urina e também possuíam corpos cavernosos próprios, indicando serem saudáveis e funcionais.
De imediato, a equipe realizou uma cirurgia para a abertura anal, permitindo que o bebê evacuasse. “Sua recuperação pós-operatória foi tranquila. O paciente recebeu alta no dia seguinte do pós-operatório”, afirmam os médicos. Agora, o menino será acompanhado e, por enquanto, permanece com os dois falos. Em casos de difalia, é preciso um estudo completo para ter a certeza de qual pênis remover, garantindo uma vida saudável para o indivíduo.
Cabe pontuar que, no relato de caso, os pesquisadores e médicos compartilharam imagens da condição e dos procedimentos realizados. Por serem registros sensíveis e não recomendados para menores de 18 anos, optamos por não disponibilizá-los ao longo do texto.