Baixa visão: implante ocular restaura capacidade de leitura e escrita
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
A Science Corporation anunciou os novos resultados dos estudos de seu implante ocular que restaura a capacidade de leitura e escrita, o PRIMA. Nos experimentos, o dispositivo mostrou eficiência em resgatar a visão de pacientes que perderam seu campo visual central por causa da degeneração macular relacionada à idade.
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Os novos dados foram apresentados na edição do 24th Euretina Congress, realizada no último mês de setembro, em Barcelona, na Espanha.
Em comunicado divulgado pela empresa, o principal autor do estudo, Frank Holz, da University of Bonn (Alemanha) anuncia que "pela primeira vez, foi possível restaurar a visão de forma real em uma retina que se deteriorou devido à degeneração macular relacionada à idade".
Segundo o pesquisador, "antes disso, não havia opções reais de tratamento para esses pacientes", continuou o professor Holz, que é presidente e professor do Departamento de Oftalmologia da Universidade de Bonn, Alemanha.
Sistema de retina
O ensaio clínico contou com a participação de 38 pacientes, que então foram implantados com o sistema de retina para restaurar a visão. Os pacientes conseguiram diferenciar as letras ao usar o implante, e alguns até conseguiram ler textos mais longos.
A percepção visual de todos os pacientes participantes foi medida 6 e 12 meses após a implantação. O grupo de pacientes mostrou uma melhora média de 23 letras em 12 meses após a implantação. Dentre todos, a melhora mais notável foi a de 59 letras (11,8 linhas) no melhor paciente.
Além disso, a empresa afirma que esse nível de percepção permaneceu estável após a implantação.
Sistema PRIMA
Como a própria empresa descreve, o sistema PRIMA é um implante fotovoltaico implantado cirurgicamente sob a retina, um par especial de óculos com uma câmera e um sistema de projeção, e um processador de bolso que processa a imagem para maior clareza e ampliação. Veja:
O zoom é um recurso de assistência do sistema PRIMA que altera o tamanho dos recursos na imagem na retina e no implante, mas fornece um campo de visão menor.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)
De acordo com o Ministério da Saúde, a degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) p ode ser classificada como seca, responsável pela maior parte dos casos (85% a 90%), ou exsudativa, também denominada neovascular ou úmida (10%-15%).
A Pasta diz, em relatório, que na DMRI seca ocorre a formação de drusas e alterações no epitélio pigmentar da retina (EPR), podendo evoluir para um estágio final chamado atrofia geográfica — que é o caso desses pacientes do estudo.
Assim como no caso desse implante ocular, a ciência tenta restaurar a visão com dispositivos como um olho biônico e até estímulos de luz.