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Bactéria "carnívora" é responsável por 8 mortes na Flórida

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Setembro de 2021 às 14h30

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Ktsimage/Envato Elements
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Até agora, pelo menos 8 pessoas morreram em decorrência da infecção causada pela bactéria Vibrio vulnificus no estado da Flórida, nos Estados Unidos, neste ano. Esse agente infeccioso é, popularmente, conhecido como bactéria "carnívora", já que, em casos raros, pode necrosar partes da pele do paciente e leva-lo ao óbito. Em 2018, 9 mortes foram relacionadas com a infecção, mas, desde então, não eram mais registrados tantos óbitos pelas autoridades de saúde.

No início de setembro deste ano, o Departamento de Saúde da Flórida relatou 20 novos casos da infecção bacteriana. Desde 2008, as autoridades de saúde do estado contabilizaram 125 mortes causadas pela bactéria "carnívora". Agora, o último óbito foi confirmado no condado de Leon na sexta-feira passada (10).

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De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), confirmar os casos da bactéria nem sempre é possível. "Como as bactérias Vibrio não são facilmente identificadas com testes de rotina, muitos casos não são relatados", afirma a agência norte-americana.

Entenda a Vibrio vulnificus

A bactéria pode causar infecções de feridas na pele das pessoas contaminadas e, em casos raros, pode representar risco de vida. De acordo com o CDC, "muitas pessoas com infecção por Vibrio vulnificus requerem cuidados intensivos ou amputações de membros, e cerca de 1 em 5 pessoas com essa infecção morrem, às vezes, um ou dois dias após ficarem doentes". Agora, se a infecção se espalhar para a corrente sanguínea, a mortalidade aumenta para cerca de 50%, de acordo com a Florida Health.

Além disso, algumas infecções da bactéria "carnívora" levam à fasciíte necrotizante (FN). Esta é uma infecção bastante rara e grave, marcada pela necrose do tecido subcutâneo (pele) e dos tecidos fibrosos. Normalmente, pode ser observada uma ferida que espelha progressivamente até o óbito. Nesses casos, é possível que a sepse seja desencadeada, ou seja, um quadro de infecção generalizada.

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Esta bactéria é uma parente direta da Vibrio cholerae, a bactéria responsável pela cólera. Ambos os agentes infecciosos são membros do mesmo do gênero, o Vibrio (vibrião). Vale destacar, no entanto, que não serão todos os pacientes infectados pela bactéria que terão as complicações fatais da infecção. Em números do CDC, 80 mil casos e 100 mortes de infecções do gênero Vibrio são relatados por ano nos EUA, o que aponta para a raridade.

Como evitar a doença?

Para evitar contaminações da bactéria "carnívora", o CDC orienta que pessoas com algum tipo de ferimento — este é o caso de quem fez uma cirurgia recente, colocou um piercing ou fez uma tatuagem — evitem entrar em contato com água salgada ou salobra. Caso entre, a recomendação é para que se cubra a ferida para evitar possíveis contaminações. Outra forma de contrair a bactéria é através do consumo de frutos do mar previamente contaminados e não preparados de forma adequada.

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Para o CDC, os principais sinais e sintomas da infecção podem incluir: diarreia, principalmente quando acompanhada de cólicas estomacais, náuseas, vômitos e febre. Quando a infecção chega ao sangue, o paciente pode sentir febre, calafrios, pressão sanguínea baixa e é possível observar lesões cutâneas com bolhas.

Qualquer pessoa pode ficar doente por causa dessa bactéria, mas os quadros graves são mais prováveis nos seguintes grupos: quem tem doença hepática, câncer, diabetes, HIV ou talassemia; quem recebe terapia de supressão imunológica para o tratamento de doenças; quem toma remédio para diminuir os níveis de ácido estomacal; e quem fez uma cirurgia estomacal recente.

Caso brasileiro

Em 2007, uma equipe de médicos e pesquisadores do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, publicou um caso em que da bactéria "carnívora" foi identificada em janeiro de 2004. Segundo o grupo, "este é um dos primeiros casos de infecção grave relacionada ao Vibrio vulnificus descritos no Brasil. O paciente era um homem idoso, que ingeriu frutos do mar [mexilhões e polvos] no Guarujá, cidade litorânea próxima a São Paulo, 3 dias antes da internação. Ele foi admitido no pronto-socorro em estado doente com choque séptico". Curiosamente, os outros familiares não manifestaram sinais da infecção.

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Para ver uma imagem (forte) do caso brasileiro sobre as complicações da bactéria "carnívora", clique aqui.

Fonte: IFL Science e CDC