App pode identificar sintomas de COVID-19 analisando a voz do paciente
Por Natalie Rosa |

A COVID-19 é uma doença muito recente e ainda sequer completou um ano de existência. Por isso, estamos vivenciando cada passo tomado para a sua cura, tratamento e diagnóstico. A forma mais eficaz de diagnosticar a doença vem sendo com a coleta de material por um cotonete gigante, que é colocado pela via nasal profundamente. Há também a coleta de uma pequena gota de sangue para detectar a presença de anticorpos, mas que não traz resultados muito precisos e não substitui o primeiro.
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Agora, pesquisadores anunciaram o desenvolvimento de um app que pode ajudar a diagnosticar a doença no organismo. Batizado de Sonde One, o aplicativo, desenvolvido pela empresa de saúde Sonde Health, não tem a função exata de fazer o diagnóstico, mas sim de apontar evidências que possam indicar a contaminação, substituindo o exame invasivo quando há a necessidade diária de testagem.
David Liu, CEO da companhia, explica que a função do app é buscar por sintomas através da voz do usuário, pois o simples ato de falar movimenta 100 partes diferentes do corpo. "O cérebro, músculos da mandíbula, língua, boca, garganta, até os pulmões e o coração, todos eles se unem como em um concerto para dar ao corpo a capacidade de falar", diz Liu.
Então, quando um corpo está sofrendo de alguma doença ou apresentando sintomas, essa alteração pode ser audível ao ouvido humano. "É algo físico que está afetando a sua habilidade de falar, a sua voz", completa o CEO. Atualmente, o modelo de aprendizado de máquina da Sonde One mostrou uma precisão de mais de 70% na detecção da presença de alterações acústicas na voz dos usuários, que costumam aparecer como consequências de condições respiratórias, como asma, enfisema e bronquite.
O aplicativo acaba de adquirir o seu primeiro cliente: a empresa SHI International, de computação na nuvem, que planeja usar o sistema em seus 4,200 funcionários em agosto. Liu deixa claro que a decisão final dos clientes em relação às respostas do aplicativo não cabe exclusivamente à Sonde, sendo de responsabilidade do contratante. O CEO afirma que existe a avaliação de risco baixo, médio e alto, e a companhia deve estipular seus próprios critérios, uma vez que, reforçando, o app não deve substituir o teste de COVID.
O app da Sonde, no entanto, não é o primeiro a buscar uma nova forma de testar a COVID-19 usando a voz. No início deste ano, pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, dos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de um projeto similar que analisa a voz das pessoas em busca de doenças respiratórias. E no início deste mês, um projeto da Intel com o Instituto Butantan, em São Paulo, e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, também anunciou que está analisando possíveis sinais de COVID-19 na tosse de pacientes suspeitos.
Fonte: Futurism