Após passar por duas guerras, freira de 117 anos sobrevive à COVID-19
Por Nathan Vieira | 17 de Fevereiro de 2021 às 16h00
Uma das pessoas mais velhas do mundo sobreviveu à COVID-19. Trata-se de uma freira francesa chamada Lucile Randon, mais conhecida como Irmã Andrée. Em 16 de janeiro, aos 116 anos, a freira testou positivo para o vírus, mas não apresentou sintoma algum.
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Ao testar positivo, a freira ficou isolada dos outros moradores da casa de repouso onde vive, Sainte Catherine Labouré. Viviam 88 idosos no lugar, sendo que 81 contraíram a doença. Dez morreram. No entanto, Irmã Andrée recuperou-se pouco antes de seu aniversário de 117 anos, que aconteceu na quinta-feira passada (11).
"Ter o europeu mais velho conosco é um motivo de orgulho e também uma imensa responsabilidade. Ela teve muita sorte", disse David Tavella, porta-voz da casa de repouso, em comunicado à imprensa francesa. "Ela não me perguntou sobre sua saúde, mas sobre seus hábitos. Por exemplo, ela queria saber se os horários das refeições ou da hora de dormir mudariam. Ela não demonstrou medo da doença. Por outro lado, estava muito preocupada com os outros residentes", acrescentou.
Irmã Andrée nasceu em 11 de fevereiro de 1904. Além de ser a pessoa mais velha da Europa, ela também é a segunda pessoa viva mais velha do mundo, de acordo com a Lista de Classificação Mundial de Supercentenários do Gerontology Research Group (GRG), atrás apenas da japonesa Kane Tanaka, de 118 anos.
"Não, eu não estava com medo, porque eu não estava com medo de morrer. Estou feliz por estar com você, mas gostaria de estar em outro lugar, me juntar ao meu irmão mais velho, meu avô e minha avó", confessou a freira ao ser questionada sobre a doença. Cega e parcialmente surda, a freira conseguiu sobreviver às duas Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1944) após perder os dois irmãos no front de batalha.
Fonte: Lavoix Du Nord