Anvisa aprova vacina da dengue no Brasil; saiba quem pode tomar
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na quinta-feira (2), uma nova vacina para a prevenção da dengue no Brasil. Produzido pela farmacêutica Takeda Pharm, o imunizante Qdenga é aplicado em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.
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A recém-aprovada vacina é tetravalente, já que sensibiliza o sistema imunológico contra quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. Segundo comunicado da Anvisa, o imunizante "garante uma ampla proteção" contra a doença endêmica no Brasil, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Até o momento, a vacina Qdenga já teve o seu uso autorizado na União europeia no final de 2022, após avaliação de segurança e eficácia realizada pela Agência Sanitária Europeia (EMA). As análises da Anvisa confirmaram os benefícios e eventuais reações adversas serão acompanhadas pelas autoridades brasileiras.
Quem pode tomar a nova vacina contra a dengue?
Com a autorização da Anvisa, a vacina Qdenga contra a dengue poderá ser aplicada em uma ampla faixa da população, incluindo crianças com mais de 4 anos, adolescentes e pessoas com até 60 anos. Neste momento, o imunizante não poderá ser usado em idosos. Já ter tido dengue ou não é indiferente na hora da vacinação.
Aqui, cabe uma observação importante: a Anvisa já aprovou anteriormente outra vacina contra a dengue, a Dengvaxia. No entanto, o uso é mais restrito e só pode ser aplicada em pessoas que já tiveram algum caso de dengue. Em paralelo, o Instituto Butantan atua no desenvolvimento de uma fórmula própria contra a doença.
Qual é a eficácia da vacina Qdenga contra a dengue?
"Na avaliação clínica da vacina foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soropositivos e soronegativos) em 12 meses após administração da vacina", detalha a Anvisa.
A definição da taxa de eficácia da vacina contra a dengue foi baseada em um estudo de Fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para a doença.
Vale lembrar que, no ano passado, o Brasil registrou mais de 1.016 mortes por complicações da dengue no país. Este é o maior recorde de óbitos pela infecção desde 2015 e representa um salto de casos fatais em relação aos últimos anos. Em 2020 e 2021, o número de óbitos foi 574 e 244, respectivamente.
Fonte: Anvisa