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Amazonas vive situação crítica durante segunda onda da COVID-19

Por| 12 de Janeiro de 2021 às 11h05

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outsideclick/Pixabay
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Com mais de 210 mil casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2), o estado do Amazonas enfrenta a segunda da COVID-19. Inclusive, hospitais voltaram a lotar devido à alta de casos da infecção e, nos próximos dias, o hospital de campanha Nilton Lins, em Manaus, precisará ser reaberto, segundo o governador Wilson Lima.

Segundo boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) no domingo (10), há 1.450 pacientes internados, sendo 973 em leitos, 450 em UTIs e 27 em salas vermelhas (espaços para a assistência temporária de pacientes críticos e graves). Por conta da alta no número de casos que o estado vem registrando, o governo do Amazonas prorrogou por mais 180 dias — ou seja, seis meses — o estado de calamidade pública na região na última quinta-feira (7).

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Agora, a capital Manaus, enfrenta uma alta das internações que já é maior em número do que as registradas no mês de dezembro do ano passado. De forma antecipada, a capital já tinha declarado um novo estado de emergência, antes mesmo do anúncio estadual, na última terça-feira (5).

Vale lembrar entre os meses de abril e maio do ano passado, o sistema público de saúde e o serviço funerário colapsaram em Manaus. Nesse cenário da COVID-19, alguns profissionais de saúde alertam para a situação limite no combate ao coronavírus.

Médicos no limite

"Nós temos vivenciado um cenário de guerra", afirmou a médica do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Anne Menezes, sobre o cenário que os profissionais da área de saúde enfrentam nos hospitais de Manaus. No vídeo divulgado pelo G1, Menezes também explica que a atual situação do estado não se compara com o que foi enfrentado nos primeiros meses da chegada do coronavírus.

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No seu depoimento, a médica também alertou para o aumento da internação de pacientes jovens em decorrência da infecção causada pelo coronavírus. "Eu trabalho com COVID desde março de 2020 e nem nos meus piores pesadelos eu poderia imaginar a situação que estamos vivenciando hoje. O comportamento da COVID-19 tem se apresentado de forma diferente. Tenho recebido muitos pacientes nos meus plantões na casa de 27 e 33 anos com o pulmão comprometido e insuficiência respiratória mesmo que nos primeiros dias de doença e que necessitam de intubação", comentou.

"Nós já não temos ventiladores disponíveis, vagas em UTI acontecem muitas vezes por óbito, infelizmente. São poucas as altas que estão acontecendo nesse momento. O meu intuito ao gravar esse vídeo é pedir que a gente consiga desafogar os prontos-socorros", completou. Diante dessa situação, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, visitou a capital nesta segunda-feira (11).

Nova variante: do Amazonas para o Japão

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Além da situação de aumento de casos da COVID-19 em Manus, o Japão notificou o Ministério da Saúde, no sábado (9), sobre a identificação de uma nova cepa do coronavírus, identificada em quatro viajantes que saíram do Amazonas e chegaram à cidade de Tóquio. De acordo com o relato, os passageiros teriam desembarcado, no dia 2 de janeiro, na capital japonesa, depois de uma temporada no estado.

Segundo informações compartilhadas pelas autoridades sanitárias japonesas, essa variante da COVID-19 possui 12 mutações e carrega semelhanças entre as identificadas, recentemente, no Reino Unido e na África do Sul. Por isso, é provável que tenham maior chance de transmissão. No entanto, não há nenhuma evidência da variação que seja mais perigosa ou que seja mais resistente as outras variantes do coronavírus já conhecidas.

Ainda em fase de estudos e análises, a Fiocruz Amazônia pensa que essa nova variante do coronavírus, realmente, tenha se originado no estados do Amazonas. Isso porque a linhagem B.1.1.28, da qual se originou, está presente em todo o país, sendo mais frequente na região. Até então inéditas, as mutações encontradas na variante devem originar uma linhagem brasileira do SARS-CoV-2. Para entender seus desdobramentos, serão necessárias mais pesquisas sobre a cepa.

Fonte: Correio Braziliense, Folha de São Paulo, Uol, e G1 (1) e (2)