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A polêmica dos autotestes quanto à variante Ômicron

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2022 às 15h00

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Twenty20photos/Envato Elements
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Com o avanço da nova onda da variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2, inúmeros países adotam os autotestes como medida de saúde pública para isolar pessoas contaminadas. No caso brasileiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve autorizar este tipo de teste para a covid-19 nesta quarta-feira (19). No entanto, especialistas alertam para a menor precisão e sensibilidade desses exames.

A questão sobre a sensibilidade dos autotestes da covid-19, especificamente, para a variante Ômicron é polêmica. No momento, avaliações sobre a eficácia dos testes de antígenos — o tipo mais comum de autoteste — estão em andamento. Só que dados preliminares apontam para o risco de falha na identificação, principalmente para casos assintomáticos.

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O que é autoteste da covid?

Vale explicar que os autotestes costumam ser testes rápidos de antígeno. Isso significa que esse tipo de exame busca pelo antígeno — uma parte específica da estrutura do vírus — nas amostras em um intervalo de 15 a 20 minutos.

Nos Estados Unidos, a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) autorizou, de forma emergencial, o uso de mais de 10 kits de testes rápidos como os da Abbott, BinaxNow e da Quidel, QuickVue. Eles são comercializados sem receita médica, como deve acontecer no Brasil.

De forma geral, os testes moleculares — baseados na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras — da covid-19 (RT-PCR), geralmente, não são autorizados para serem feitos em casa, mas existem pelo menos dois desse tipo já autorizados nos EUA.

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Teste rápido detecta Ômicron?

Nas últimas semanas e com o avanço da variante Ômicron — considerada a mais transmissível na pandemia da covid-19 —, pesquisadores e cientistas investigam a eficácia dos testes de antígenos e, por consequência, dos autotestes na detecção da nova cepa.

No momento, a FDA colabora com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) americano para avaliar a sensibilidade e eficácia dos testes de antígenos. “Dados iniciais sugerem que os testes de antígeno detectam a variante Ômicron, mas podem ter sensibilidade reduzida”, adianta a FDA. "Os testes de antígeno são geralmente menos sensíveis e menos propensos a detectar infecções muito precoces em comparação com os testes moleculares", lembra.

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Além disso, a agência recomenda: "Se uma pessoa testar negativo com um teste de antígeno, mas houver suspeita da covid-19, como apresentar sintomas ou ter uma alta probabilidade de infecção devido à exposição, o teste molecular de acompanhamento é importante para determinar uma infecção". Isso significa que, em casos de dúvidas, deve ser adotado o teste padrão-ouro da pandemia, o RT-PCR.

Sensibilidade dos testes

Publicado na plataforma MedRxiv, um preprint — estudo ainda não revisado por pares — relatou o caso de pessoas que testaram positivo antes para a covid-19 em um exame do tipo RT-PCR do que nos exames de antígenos.

"Com base na carga viral e transmissões confirmadas por investigação epidemiológica, a maioria dos casos de Ômicron foi infecciosa por vários dias antes de ser detectável por testes rápidos de antígeno", concluem os autores no artigo. A equipe de cientistas era do Covid-19 Sports and Society Working Group.

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Nariz ou garganta?

Além da questão da sensibilidade, há um debate entre especialistas sobre o melhor local para fazer a coleta das amostras para o teste antígeno: nariz ou garganta. Pesquisas preliminares sugerem que amostras da saliva podem ser um método de coleta melhor, mas ainda faltam estudos aprofundados e abrangentes sobre o tema.

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De forma geral, a regra é seguir a orientação da bula. Oficialmente, a FDA recomenda que as amostras do autoteste sejam coletadas exclusivamente pelas narinas. "Por favor, não vá enfiar aquele cotonete do teste da covid-19 em sua garganta. Use cotonetes conforme as instruções: pelo nariz", pede a agência nas redes sociais.

Fonte: The Washington Post, FDA e MedRxiv