46 pessoas, incluindo crianças, tomam vacina contra COVID-19 por engano em SP
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •

Atualmente, a maior parte da população brasileira segue esperando pela vacina contra a COVID-19, considerando que as primeiras fases do Plano Nacional de Imunização contemplam apenas os grupos prioritários. No entanto, na última terça-feira (13), um erro de envio na cidade de Itirapina (SP) fez com que 46 pessoas tomassem a vacina por engano. Dentro desse público, uma gestante e 28 crianças.
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As 46 pessoas esperavam tomar uma dose de vacina contra a gripe (influenza). No momento, a prefeitura investiga se o erro foi cometido no momento da separação da caixa com os frascos da vacina. Em resposta ao ocorrido, a primeira providência tomada pela Secretaria da Saúde foi procurar pessoalmente as famílias dos 46 vacinados, para em seguida informar a Vigilância Epidemiológica de Piracicaba.
Até o momento, a prefeitura não detectou nenhuma anormalidade, mas determinou que as pessoas vacinadas sejam acompanhadas ao longo de 14 dias por uma equipe médica. Na quinta-feira (15), 26 pessoas do grupo passaram por consultas médicas, tal como a gestante, que foi atendida por um clínico geral e um obstetra. No que diz respeito às crianças, os familiares estão sendo orientados por uma pediatra. “Todas as providências para a segurança dessas pessoas foram tomadas e, segundo orientação dos médicos especialistas consultados, o fato não traz riscos para a saúde dos envolvidos”, diz a prefeitura.
Por enquanto, crianças e adolescentes estão no fim da fila da vacina contra a COVID-19, considerando que a doença se mostrou inicialmente mais grave em adultos, principalmente idosos ou pessoas com comorbidades, sendo assim o principal foco dos estudos envolvendo os imunizantes (incluindo a CoronaVac, produzida pela chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan). Por isso a preocupação envolvendo crianças tomando a vacina por engano.
O próprio Butantan recomenda que essas pessoas vacinadas erroneamente esperem 14 dias para tomar a vacina contra a gripe. O instituto acrescenta que a vacina é indicada para indíviduos com 18 anos ou mais e que não há conclusões científicas, até o momento, de segurança ou eficácia da vacina na população pediátrica ou em gestantes. A recomendação é que, por causa disso, as crianças e a gestante não tomem a segunda dose: "Cabe ressaltar que, no caso de crianças e/ou gestantes expostas à vacina de covid-19, não é indicada a aplicação da segunda dose do imunizante", apontou o Instituto.
Em entrevista ao Canaltech no último mês de janeiro, o Dr. Bernardo Almeida, médico infectologista e Chief Medical Officer do laboratório de análises clínicas Hilab disse que gestantes podem ser vacinadas, "porém, essa decisão deve ser compartilhada entre o médico e a gestante, já que esse grupo não foi testado nos estudos clínicos. Outras vacinas inativadas são usadas de rotina durante a gravidez, como o exemplo da vacina para coqueluche".
Fonte: Folha de S. Paulo, G1