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40 mil pessoas devem participar de testes de vacina da UFMG contra COVID-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Abril de 2021 às 16h10

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microgen/Envato
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Para a segunda geração de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2, cientistas trabalham no desenvolvimento de novas fórmulas eficazes e seguras. Neste processo, pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCTV) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) testam a potencial vacina do tipo quimera proteica contra a COVID-19. A expectativa é que até 40 mil voluntários participem dos testes clínicos, caso haja investimento necessário.

A pesquisa da potencial vacina contra a COVID-19 da UFMG está em testes pré-clínicos em animais, mas já apresentou bons resultados com grupos de camundongos e hamsters. Caso os testes avencem conforme o esperado, os pesquisadores esperam iniciar a pesquisa com humanos ainda em 2021 e estimam ter a fórmula pronta para o uso em 2022. No entanto, são necessários investimentos para a continuidade dos estudos.

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Para as fases 1 e 2 do estudo clínico da vacina do tipo quimera proteica contra a COVID-19, a UFMG estima que será necessário o investimento de R$ 30 milhões dos cofres públicos. Agora, a Assembleia Legislativa discute de onde poderia ser o financiamento. De acordo com o deputado Agostinho Patrus, é possível que o capital venha de parte do acordo da Vale com o Governo de Minas a partir do rompimento da barragem de Brumadinho.

O que é quimera proteica?

“Quimera é uma palavra que a gente usa porque a proteína que estamos produzindo é, na verdade, uma proteína artificial, uma mistura de diferentes proteínas do vírus que causa a COVID-19. A classificação mais geral é que ela é uma vacina de subunidade constituída de proteína de vírus recombinante”, comenta Flávio Fonseca, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da fórmula e o professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas, para o jornal Estado de Minas.

De acordo com Fonseca, as fases 1 e 2 da vacina do tipo quimera proteica devem ser realizados de forma simultânea em um período estimado de três meses, envolvendo cerca de 500 voluntários. Em seguida, a fase 3 do estudo clínico envolverá de 30 a 40 mil voluntários, durante um período de pelo menos seis meses. 

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Testes da vacina da UFMG em macacos

Atualmente, o grupo de pesquisadores investiga a eficácia e segurança do imunizante do tipo quimera proteica em primatas não-humanos (macacos). “Estamos realizando esses testes em macacos, porque foi um pedido da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para que a gente pudesse encaminhar esse dossiê dos estudos feitos até agora para que possa autorizar os ensaios em seres humanos”, comenta Fonseca.

Até agora, os resultados iniciais do estudo para uma vacina contra a COVID-19 foram bastante animadores. Isso porque demonstraram que o imunizante protegeu os animais — no caso, os roedores — vacinados em laboratório e evitou qualquer manifestação clínica da doença causada pelo coronavírus.

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No Brasil, além da vacina do tipo quimera proteica da UFMG, outros dois imunizantes se destacam na pesquisa contra o coronavírus: a Versamune, desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP); e a ButanVac, produzida pelo Instituto Butantan. Todas ainda estão em estágio de testes pré-clínicos e aguardam autorização da Anvisa para testes em humanos.

Fonte: Estado de Minas