33 vírus e bactérias que podem desencadear nova pandemia, segundo OMS
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Equipe composta por mais de 200 cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de divulgar a lista de patógenos que podem desencadear uma nova pandemia, após analisar cerca de 1,65 mil espécies. São conhecidos 33 vírus e bactérias com este potencial.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Sete doenças que podem se proliferar no Brasil devido ao aquecimento global
Na lista de patógenos prioritários da OMS, a equipe internacional de cientistas considera alguns agentes infecciosos já conhecidos dos brasileiros, como os vírus da dengue e o da Zika. Também foram incluídos diferentes subtipos do vírus influenza A. Outra inclusão foi a da bactéria que causa a peste, por exemplo.
No processo de análise dessas ameaças que podem causar uma pandemia, o grupo analisou a forma de transmissão, o acesso ao tratamento (incluindo remédios ou vacinas já existentes) e o nível de virulência (a taxa de mortalidade sem tratamento e de complicações de saúde).
Vale mencionar que os mais de 30 vírus e bactérias da lista não necessariamente se tornarão uma pandemia, mas as pesquisas precisam ser priorizadas, já que podem sair do controle e impactar a saúde pública. Por isso, são oficialmente conhecidos como "patógenos prioritários".
“O processo de priorização ajuda a identificar lacunas críticas de conhecimento que precisam ser abordadas com urgência”, garantindo o uso eficiente dos recursos, reforça Ana Maria Henao Restrepo, uma das cientistas das responsáveis pelo relatório, para a Nature
Vírus e bactérias que podem causar nova pandemia
A seguir, confira a lista com 33 vírus e bactérias prioritários com potencial de causar uma nova emergência de saúde global, como a observada durante a recente pandemia da covid-19, segundo a OMS:
- Mammarenavirus lassaense, vírus que causa Febre de Lassa;
- Vibrio cholerae, bactéria que causa a cólera;
- Yersinia Pestis, bactéria que causa a peste;
- Shigella dysenteriae, bactéria que causa um tipo de disenteria (shigelose);
- Bactéria da Salmonella não-tifoide;
- Klebsiella pneumoniae (KPC), superbactéria que resiste a inúmero antibióticos;
- Grupo de coronavírus conhecido como Sarbecovírus, incluindo o SARS-CoV-2 (vírus da covid-19);
- Grupo de patógenos conhecidos como Merbecovírus, como o vírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS);
- Vírus de Marburg, associado com a febre hemorrágica de Marburg;
- Vírus Ebola (rthoebolavirus zairense);
- Vírus Sudão (orthoebolavirus sudanense), responsável pela doença do vírus Sudão (parecido com Ebola);
- Vírus Zika (ZIKV);
- Vírus dengue (DENV);
- Vírus da febre amarela (Orthoflavivirus flavi);
- Orthohantavirus sinnombreense, vírus do grupo dos hantavírus;
- Orthohantavirus hantanense, vírus do grupo dos hantavírus;
- Vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHFV);
- Influenza A (H1);
- Influenza A (H2);
- Influenza A (H3);
- Influenza A (H5);
- Influenza A (H6);
- Influenza A (H7);
- Influenza A (H10);
- Vírus Nipah (Henipavirus nipahense);
- Bandavirus dabieense, vírus causador da Síndrome Grave de Febre com Trombocitopenia (SFTS);
- Vírus de Coxsackie;
- Orthopoxvirus variola virus (VARV), vírus da varíola comum;
- Vírus da Mpox (anteriormente, varíola dos macacos);
- Vírus Chikungunya (CHIKV);
- Alphavirus venezuelan, vírus da Encefalomielite Equina Venezuelana;
- Lentivírus humimdef1;
- Patógeno da Doença X, nome genérico para ameaças ainda desconhecidas.
OMS busca prever pandemias
A divulgação da lista da OMS é uma prática recorrente da organização. Tanto é que relatórios anteriores já foram compartilhados, mas, desta vez, surpreende o número de novas ameaças adicionadas.
Inclusive, a revisão é importante, já que novas dinâmicas locais podem alterar a disseminação de patógenos. Por exemplo, as mudanças climáticas e o desmatamento de áreas florestais aumentam o risco de dispersão de vírus e bactérias concentrados em animais, conhecidos como zoonoses.
Em paralelo, é a primeira vez que a OMS cria uma segunda lista com os patógenos protótipos. Basicamente, são espécies de agentes infecciosos “modelos” que a ciência poderia usar para o desenvolvimento de terapias inovadoras e vacinas, adiantando-se em caso de pandemias futuras. É o caso do vírus Vaccinia, causador de doenças não letais em humanos.