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Rússia monta 1º pelotão militar de tanques-robôs autônomos

Por  • Editado por Douglas Ciriaco |  • 

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Vitaly V. Kuzmin/Wikipedia
Vitaly V. Kuzmin/Wikipedia

O que parece obra de ficção científica começa a se tornar realidade: o exército russo está montando sua primeira esquadra militar armada com tanques robôs modernos. Segundo a agência de notícias estatal TASS, as máquinas de combate são controladas remotamente e equipadas com canhões automáticos de 30 mm, lança-chamas e mísseis antitanque.

Conforme o chefe do Estado-Maior do Exército, Vasily Tonkoshurov, a primeira unidade com robôs de ataque será instalada para operar cinco sistemas robóticos Uran-9 ou 20 veículos de combate à distância. Por enquanto, eles não vão para a linha de frente das batalhas, já que se tratam de unidades experimentais.

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A Rússia também anunciou no comunicado que está treinando seus militares para capacitá-los a operar veículos robóticos. A ideia é que o modelo atue para proteger a infantaria do fogo inimigo, contra-atacando veículos blindados e até outros tipos de tanques mais leves.

Imagens do funcionamento mostram que o robô é controlado como em um videogame: em visão de primeira pessoa, como se estivesse dentro do tanque, e com o arsenal à disposição de um simples toque.

Robôs ainda em fase de melhorias

Testes conduzidos com os robôs no início de 2018 na Síria tiveram um resultado abaixo do esperado, já que eles não funcionaram de acordo com os padrões exigidos nas operações de combate. Os tanques robotizados teriam tido problemas com a suspensão e “operação instável” do canhão automático de 30 mm, capazes de perfurar uma blindagem leve de veículos ou atacar bunkers fortificados.

A empresa fabricante dos robôs, Kalashnikov Concern, afirma que foi capaz de resolver alguns desses problemas, mas admitiu que as unidades ainda precisam de aperfeiçoamento. “Em particular, as questões de controle, mobilidade reduzida, inteligência militar insatisfatória e funções de vigilância foram analisadas pelos engenheiros e corrigidas”, esclareceu a empresa.

A expectativa é que novos modelos multifuncionais estejam em plena operação até o ano de 2025. Em dezembro, o exército russo iniciou testes em robôs movidos apenas com inteligência artificial capazes de desviar de projéteis.

Uso prático em guerras

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Os tanques do tipo Uran-9 serão acompanhados por outros tipos de robôs que darão apoio às operações no futuro. A ideia é que sejam capazes de realizar uma variedade de trabalhos diferentes em zonas perigosas, como resgates, remoção de minas, reconhecimento em locais com armas químicas ou radiação e reparos de estruturas.

O jornal britânico Express afirma que os robôs tanques russos serão implantados justamente no momento em que há temor de guerra com a Ucrânia. A matéria lembra que o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, inspecionou os tanques do 766º Empreendimento de Produção e Tecnologia em Nakhabino, perto de Moscou, no último dia 11. Apesar disso, não há qualquer manifestação do governo de Vladmir Putin no sentido de utilizar os tanques-robôs na fronteira com o país vizinho.

Uma possível popularização de veículos de combate não tripulados levanta muitas questões éticas. Eles não comem, não bebem, não se distraem, não se cansam e ainda podem travar batalhas dia e noite. Obviamente, são os soldados perfeitos que qualquer armada gostaria de ter.

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Sem envolver a perda da vida de soldados de carne e osso, as nações poderiam se sentir mais tentadas a adentrar em guerras? E será que uma máquina com tamanho poder de destruição não causaria a morte de milhares de inocentes? Essas são apenas duas de muitas dúvidas que permeiam o debate.

Guerra robotizada

A Rússia não é a primeira nação a tirar vantagem deles. O serviço militar dos Estados Unidos é pioneiro na área e já faz uso de sistemas não tripulados há bastante tempo. É o caso do drone de ataque utilizado em operações militares pelo exército norte-americano. Desde 2001, ele foi empregado em operações no Paquistão, Iêmen, Somália, Afeganistão e Líbia e, apesar de ter capacidade para determinar quais alvos serão atingidos, só ataca quando o operador remoto (leia-se “o humano”) autoriza.

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Já o Foster-Miller TALON é um pequeno robô militar projetado para missões que exijam adentrar em locais perigosos ou apertados, onde seres humanos não conseguiriam. Equipados com óculos de visão noturna, conseguem andar em qualquer terreno e subir escadas e carregar imensa variedade de armas — fuzis, rifles, lançador de granadas, lança-chamas e metralhadoras.

Outro exemplo é o Atlas, um robô humanóide bípede desenvolvido pela empresa Boston Dynamics com financiamento e supervisão do Departamento de Defesa dos EUA. Ele foi projetado para executar uma variedade de tarefas de busca e resgate. Talvez seja o que mais remete à ficção científica graças a sua aparência mais "amigável".

Eles estão em estágio tão avançado que já conseguem até dançar e formar uma boy band. Os movimentos estão tão refinados que se assemelham ao de um humano.

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O THeMIS (Tracked Hybrid Modular Infantry System), veículo terrestre não tripulado projetado para as forças armadas da Estônia, é um drone armado projetado para ações militares de apoio. O robô-carro atua como plataforma de transporte, estação remota de armas, unidade de detecção e eliminação de alvos.

Assim como o projeto russo, ele possui um poderoso sistema integrado de armas auto-estabilizantes e controladas por computador. Eles são equipados com metralhadoras leves ou pesadas, lançadores de granadas, canhões automáticos e sistemas de mísseis antitanque.

A única certeza é que os robôs-tanques assassinos já são realidade. Apesar de não ter o visual das histórias de ficção científica, são armas devastadoras que colocam medo em qualquer um. Que John Connor possa proteger a humanidade da Skynet...

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O que você acha dessas inovações tecnológicas? Acredita em uma guerra robótica no futuro? Deixe sua opinião nos comentários.

Fonte: TASS; Express