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Pele artificial consegue emular a maneira com que humanos sentem os objetos

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 27 de Junho de 2021 às 14h00

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photocreo/Envato
photocreo/Envato

Pesquisadores das Universidades Sungkyunkwan e Hanyang, ambas na Coreia do Sul, criaram uma pele tátil artificial que imita a maneira como os seres humanos reconhecem objetos por meio do tato. Esse sistema utiliza sensores especiais para replicar funções biológicas presentes nas pontas dos dedos.

O método de detecção tátil artificial pode ser aplicado na fabricação de robôs com capacidade de movimentos mais finos e precisos, além da criação de membros protéticos que se tornariam muito mais responsivos ao toque e totalmente integrados a partes específicas do corpo humano.

"Nós relatamos um sistema de pele tátil neural artificial que imita o processo de reconhecimento do sentido do tato humano usando sensores compostos por polímeros à base de partículas e um sistema próprio de conversão de sinal", explica o professor de engenharia eletrônica da Universidade Hanyang, Sungwoo Chun, principal autor do estudo.

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Sensível ao toque

Os sistemas sensoriais biológicos convertem estímulos táteis em ações por meio de um processo conhecido como transdução somatossensorial, que transmite esse conjunto de sinais elétricos para o cérebro por meio de vários nervos ao redor. Esse processamento de informações garante uma identificação precisa baseada em experiências anteriores.

A pele tátil artificial criada pelos pesquisadores coreanos utiliza sensores que respondem à pressão e vibração para emular essa habilidade humana. O sistema consegue replicar a função de mecanorreceptores adaptativos lentos e rápidos presentes na pele biológica, coletando dados da mesma forma que os neurônios sensoriais fazem para produzir sinais elétricos.

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O esquema de funcionamento da pele artificial é composto por filmes ultrafinos e adesivos T-skin com partículas condutoras piezoresistivas e piezoelétricas colocadas em uma matriz elástica de polímero. O material utilizado pelos cientistas possui uma textura macia e sensível, semelhante à encontrada na pele humana.

Os testes

Para provar que a pele artificial pode ser usada em sistemas biológicos naturais, os pesquisadores fizeram experimentos em ratos. Em um teste fora do organismo, eles avaliaram a transmissão dos sinais em um nervo aferente. Depois eles testaram a resposta muscular, estimulando nervos dentro do corpo do animal.

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“Nós mostramos que a transmissão não distorcida dos sinais de saída é possível por meio de uma fibra nervosa tátil aferente. Esses sinais podem estimular um nervo motor no camundongo para induzir a contração de um músculo do membro posterior de forma semelhante ao que acontece no corpo humano”, completa o professor Chun.

Os cientistas também avaliaram a capacidade da pele robótica para reconhecer texturas em diferentes superfícies. Eles usaram lâminas de cristais artificiais para imitar a estrutura da ponta de um dedo humano, combinadas com uma técnica de aprendizado profundo para classificar estruturas distintas. Como resultado, eles conseguiram uma precisão na identificação das texturas de 99,1%.

“Nosso sistema poderá ser usado para prever texturas desconhecidas com base em um modelo previamente treinado. Isso pode melhorar significativamente o desempenho tátil de robôs para realizar tarefas do dia a dia que envolvam tocar, agarrar e manipular objetos”, encerra o professor Sungwoo Chun.

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Fonte: Nature Electronics