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Nova pele artificial promete dar mais "pegada" ao robôs

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Reprodução/ETHZ
Reprodução/ETHZ

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, desenvolveram um novo tipo de pele artificial que promete dar aos robôs uma sensação de toque parecida com a dos seres humanos. O dispositivo consegue emular o sentido do tato presente na ponta dos dedos.

Segundo os cientistas, a pele artificial é produzida com um material extremamente flexível, podendo ser aplicada sobre qualquer tipo de superfície — plana ou irregular — ou em materiais macios e desiguais, como uma garra robótica usada para manusear objetos pequenos e delicados.

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“Assim como seu equivalente humano, a pele artificial é equipada com uma grande variedade de receptores. Você precisa de um sensor por milímetro quadrado e cada um compreende várias camadas, com uma membrana condutora e eletrodos subjacentes no meio”, explica o doutorando em nanossistemas Johannes Weichart, autor principal do estudo.

Toque refinado

Para copiar o sentido do tato, os pesquisadores conectaram um pequeno cordão à membrana condutora. Quando a pressão é aplicada a esse cordão, a membrana se deforma, fazendo com que o sinal medido pelo sensor também seja alterado e proporcione uma sensação de toque mais sutil.

Além da quantidade da força aplicada no cordão, esses sensores medem também o ângulo em que a pressão foi realizada. Com isso, é possível sentir a qualidade e a textura de uma superfície, assim como reconhecer quando um objeto está deslizando sobre a pele artificial.

“Usar a pele artificial em um contexto cotidiano requer sensores com uma camada protetora extra. Precisamos agora simplificar radicalmente o sinal de saída, para que todos esses dados brutos de entrada não sobrecarreguem o robô e possam ser utilizados para refinar sensações, sem prejudicar a eficiência do conjunto”, acrescenta Weichart.

Outras iniciativas

Em uma abordagem parecida, cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, criaram dedos robóticos impressos em 3D que possuem terminações nervosas artificiais capazes imitar o sentido do tato. O dispositivo contém saliências semelhantes às encontradas na pele humana para identificar texturas, rigidez ou maciez de materiais variados.

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Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon e do Meta/Facebook AI, ambos nos EUA, também apostam no desenvolvimento de peles artificiais para aumentar a sensação de toque em dispositivos robóticos. Eles criaram um produto batizado de ReSkin que utiliza aprendizagem de máquina para emular a resposta tátil de próteses e robôs macios.

Outro sistema de pele artificial também está sendo desenvolvido na Universidade Nacional de Cingapura. Por lá, os cientistas trabalham na criação de espumas macias compostas por nervos artificiais, que prometem replicar o sentido do tato humano em robôs com uma precisão inédita.